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Morre Fidel, o revolucionário de duas faces

Morreu Fidel Castro, o ‘eterno’ presidente de Cuba, acusado da violação de direitos humanos e, ao mesmo tempo, responsável por uma obra humanitária reconhecida em todo o mundo. Contava 90 anos.

O presidente Raúl Castro, irmão de Fidel, fez o anúncio da morte na televisão estatal cubana. “É com profunda dor que informo que o comandante-chefe da revolução cubana morreu esta noite às 22h29 [3h29, hora de Lisboa]”, disse.

Fidel Castro nasceu em Birán, 13 de agosto de 1926. Foi um revolucionário comunista cubano, primeiro presidente do Conselho de Estado da República de Cuba (1976-2008). Até 2006, acumulou o cargo de primeiro-secretário do Comité Central do Partido Comunista de Cuba.

Nunca foi eleito através de eleições diretas e no seu regime ditatorial não permitiu a criação de partidos de oposição, nem liberdade de imprensa – Cuba é considerado um dos países do mundo com mais restrições à liberdade de imprensa.

O governo que liderou mereceu fortes críticas da comunidade internacional, em virtude de violações de direitos humanos.

Apesar destas manchas na liderança de Fidel Castro, a verdade é que foi durante o seu governo que Cuba conseguiu os maiores índices de crescimento e de desenvolvimento humano e social.

Por outro lado, o executivo daquele líder cubano está ligado a diversas vitórias, como a menor taxa de mortalidade infantil da América, a erradicação do analfabetismo e o combate firme à subnutrição infantil, o tratamento gratuito de dezenas de milhares de vítimas do acidente nuclear de Chernobyl, a participação na luta pelo fim do Apartheid em África do Sul, ou a formação de médicos para Timor Leste.

A 19 de fevereiro de 2008, Castro anunciou ao jornal do Partido Comunista, o Granma, que não se recandidataria ao cargo de Presidente de Cuba, cinco dias antes de terminar o mandato.

Líder e secretário-geral do partido desde 1965, data da sua fundação, a 19 de abril de 2011, Fidel (que já cedera o cargo de presidente em 2006) foi substituído pelo irmão, Raúl Castro, como secretário-geral do Partido Comunista Cubano, retirando-se oficialmente da vida política.

Morre a 26 de novembro de 2016, aos 90 anos.

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