Ciência

O mistério acabou: Já se sabe que são as manchas espaciais de Lyman-Alfa

O mistério atormentou os cientistas durante 15 anos: o que são as manchas Lyman-Alfa, em forma de bolha, que circulam pelo Espaço?

Estas manchas coloridas (e já foram descobertas mais de 30) pareciam ser galáxias muito, muito distantes, mas faltava um ‘pormenor’ fundamental: é que não havia estrelas…

Passados 15 anos desde a descoberta da primeira mancha Lyman-Alfa, a centenas de milhares de anos-luz de distância, a ciência conseguiu finalmente descodificar o mistério.

Através de um longo estudo, com observações feitas pelos mais avançados telescópios gigantes, a equipa do Centro de Investigação de Astrofísica da Universidade de Hertfordshire (Inglaterra), liderada por Jim Geach, conseguiu perceber que estas manchas escondem um ‘berço’ de galáxias.

Tratam-se de enormes bolhas de hidrogénio cujas ondas ultravioleta (cujo brilho intenso tanto tem intrigado os cientistas) funcionam como o nevoeiro sobre a iluminação no inverno.

“Pensem nas luzes das ruas numa noite de nevoeiro: vemos aquele brilho difuso porque a luz dispersa entre as pequenas gotas de água. O que acontece aqui é semelhante, excepto que a luzes das ruas, neste caso, é uma galáxia de intensa formação estelar e o nevoeiro é uma gigantesca nuvem de gás intergalático. As galáxias estão a iluminar o que as envolve”, explica Jim Geach, citado num comunicado do Observatório Europeu do Sul.

A teoria aponta que no meio de cada uma das manchas Lyman-Alfa há um grupo de galáxias em formação.

Porém, face ao intenso ritmo com as estrelas estão a ser formadas (100 vezes superior ao da formação da Via Láctea), há fotões de Lyman-Alfa (de cor violeta) a ‘escaparem’ dos corpos celestes em formação, formando assim a descomunal bolha de hidrogénio.

Da cor dos fotões envolvidos e da velocidade a que os fenómenos surge a tal luz brilhante que, ao longo de 15 anos, tanto intrigou os astrónomos.

“O que é excitante nestas manchas é que nos estão a dar uma visão rara daquilo que está a acontecer em volta destas jovens galáxias em formação”, acrescenta Jim Geach, no mesmo comunicado: “Durante muito tempo, a origem das luzes Lyman-Alfa foi um tema controverso. Mas, com a combinação de novas observações e simulações, entendemos que conseguimos explicar este mistério: a primeira bolha de Lyman-Alfa é o espaço de formação de uma gigantesca galáxia elíptica que, um dia, será o coração de um grupo de outras galáxias”.

Ou, mais resumidamente, “o que estamos a ver é uma imagem da formação dessa galáxia há 11.500 milhões de anos atrás”.

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