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Ministro do ambiente diz que fogos deixam “peso enorme na consciência”

O ministro do Ambiente revelou que os fogos florestais, que em 2017 deixaram um rasto de destruição e mais de uma centena de vítimas mortais, lhe deixam um “peso enorme na consciência”.

Em declarações à Renascença e ao Público, Matos Fernandes sublinha, porém, que há situações para as quais não encontra explicação.

“O meu peso na consciência é enorme e, de facto, há coisas que não consigo explicar a mim próprio. Quem tem a responsabilidade do combate aos incêndios são as estruturas que dependem do Ministério da Administração Interna, quem tem a responsabilidade do ordenamento florestal é o meu colega ministro da Agricultura e Florestas. A responsabilidade do Ministério do Ambiente, que tutela parcelarmente o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)”, explicou o governante.

Matos Fernandes entende ainda que “o ICNF tem de ter necessariamente mais meios e uma capacidade de organização muito mais próxima do próprio território”.

“A estratégia para a conservação da natureza diz de forma clara, como o projeto que está neste momento em curso no Tejo Internacional de partilha da gestão com as autarquias, com as organizações não-governamentais do ambiente (ONGA’s) e com as universidades.”

Nesta entrevista, o ministro do Ambiente revela ainda que “devemos pensar sempre no prazo de uma mudança estrutural que tem de ser feita”.

“O ICNF não vai ficar como está, a partir do momento em que a intenção com a qual concordo em absoluto de separar o combate do incêndio florestal da protecção das pessoas. Vai fazer com que o ICNF tenha uma responsabilidade muito acrescida.”

Seca preocupa

Matos Fernandes aproveitou ainda para falar sobre a seca, que tem afetado o território nacional.

“Podemos, usando-a com muita parcimónia, porque o problema que temos neste momento é seca. Quem está na agricultura já se apercebeu que assim é, mas não o comum das pessoas”, disse, falando ainda sobre os riscos da água ficar contaminada com os efeitos dos fogos florestais.

“As estações de tratamento de água que existem em Portugal estão absolutamente tratadas para tratar água com mais carga orgânica e por isso alguns problemas que possam existir na qualidade da água de consumo são absolutamente pontuais. O que isto quer dizer é que se vai gastar mais energia e mais reagentes”, explicou o ministro, deixando um esclarecimento.

“Vai ficar mais caro às entidades gestoras, mas não vai ter de ficar mais caro aos cidadãos. Não há qualquer razão para temer a pioria da qualidade da água: 99% das análises feitas em qualquer ponto do país dão água segura.”

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