Militar da GNR detido por cobrar coimas a mais a turistas
Um militar da GNR, do posto territorial de Lagos, foi detido pela Polícia Judiciária por enriquecer ao cobrar coimas a mais a turistas. O agente obrigava-os a pagar 120 euros, mas apenas entregava 10 ao Estado. Foi presente a tribunal esta sexta-feira.
O militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) seguia, frequentemente, um plano. Escolhia condutores de nacionalidade estrangeira que utilizavam um terreno na praia da Luz como estacionamento.
De acordo com o Jornal de Notícias (JN), convencia as vítimas de que estas tinham cometido infrações graves e falsificava os autos de contraordenação para ficar com o dinheiro das alegadas coimas.
Acabou detido pelo Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (PJ) de Portimão, em colaboração com a GNR, e indiciado pelos crimes de peculato, falsificação de documento, abuso de poder e corrupção.
O militar encontra-se, agora, em suspensão de funções enquanto decorre um processo interno de averiguações.
O diário dá conta de que a riqueza que evidenciava já havia alertado os colegas. Aos 44 anos, com dois filhos e a mulher desempregada, o elemento da GNR era dono de carros e de um motociclo topo de gama.
Esteve, alegadamente, sob a mira de uma investigação relacionada com o tráfico de droga, há uns anos atrás, depois de ver duas viaturas incendiadas à porta de casa.
De acordo com fontes ligadas ao processo relativo à falsificação de autos, citadas pelo JN, o agente cobrava mais de 100 euros por infrações graves – como condução ao telemóvel ou sem cinto de segurança – mas registava-as como leves, no valor de 10 euros, por proibição de paragem ou estacionamento.
As apertadas vigilâncias acabaram por ditar a sua detenção por parte da PJ, que esclarece que o seu objetivo era o de ficar com a diferença no valor das coimas.
O Jornal de Notícias acrescenta que o militar foi denunciado pela própria GNR, estranhando o facto de querer trabalhar sempre sozinho e no mesmo local.