Foi há 43 anos que o mundo ficou a conhecer Kim Phuc, a menina de 9 anos que corria nua por uma rua do Vietnam, após largar as roupas em chamas. Quase meio século depois, a menina do napalm vai receber um novo tratamento para as queimaduras.

O nome Kim Phuc até pode ser desconhecido, mas a foto da menina do napalm, uma pequena vietnamita a correr nua pela rua após ter largado as roupas em chamas, tornou-se num dos ícones da Guerra do Vietname.

Foi há 43 anos que Nick Ut, fotojornalista da Associated Press, registou para a posteridade o momento que marcou para sempre a vida de Kim Phuc. Agora, a menina do napalm deixou temporariamente o Canadá, onde vive, para realizar um novo tratamento médico às queimaduras em Miami, nos EUA.

Cabe a Jill Waibel, dermatologista especializado em tratamentos a laser do Instituto de Dermatologia e Laser de Miami, tentar amenizar as dores provocadas pelas cicatrizes que a menina do napalm ainda carrega no corpo, 43 anos depois.

“Durante muitos anos, acreditei que só deixaria de ter cicatrizes e dores quando chegasse ao céu. Agora, o paraíso desceu à terra só para mim”, comentou Kim Phuc, quando chegou a Miami na companhia do marido, Bui Huy Toan, e de Nick Ut.

Sobre a presença do vencedor do prémio Pulitzer, “o tio Ut”, a menina do napalm não podia ser mais sincera: “Ele é o princípio e o fim. Tirou a fotografia e agora vai estar comigo, aqui, para me acompanhar nesta nova jornada, neste novo capítulo”.

O napalm queimou mais de um terço do corpo de Kim Phuc, fator que ajudou a consolidar o estatuto de ícone da Guerra do Vietname. Como lembrou Jill Waibel, a grande maioria das vítimas com lesões em mais de dez por cento do corpo acabou por morrer das mesmas.

Nesse ano de 1972, foi o “tio Ut” quem levou a menina de 9 anos para um hospital. “Eu estou a morrer, estou a arder”, gritava Kim Puch, contorcendo a pele queimada.

A menina do napalm tornou-se tão famosa que o instituto resolveu oferecer os tratamentos, que custam entre 1300 e 1800 euros.