Nas Notícias

Marques Mendes: “Vida de Passos Coelho vai ser um inferno. Um inferno completo”

Marques Mendes, ex-presidente do PSD, responsabiliza Passos Coelho pela “hecatombe” do partido nas autárquicas. Se o líder não renunciar até ao Conselho Nacional de terça-feira, “a vida dele vai ser um inferno. Um inferno completo”.

No comentário para a SIC Notícias, enquanto iam sendo avançando os resultados das autárquicas, Marques Mendes lembrou que não houve uma derrota da direita, pois “o CDS tem uma grande vitória”, e responsabilizou Passos Coelho pelas “escolhas” que conduziram ao “terramoto” das eleições de ontem.

“Há um problema de liderança. Que consequência é que isto vai ter? Não me surpreenderia muito que Passos Coelho tomasse a decisão de dizer que sai, que não se candidata novamente”, antecipava Marques Mendes, cerca de duas horas antes do discurso oficial de Passos Coelho.

“Neste caso em concreto conjugam-se várias situações que vão dar a Passos Coelho. Foram escolhas do líder”, insistiu o ex-presidente do PSD e agora comentador. Se Passos não sair pelo próprio pé, “a vida dele vai ser um inferno. Um inferno completo. Uma contestação já aberta, não estamos a falar de sondagens, a situação é o que é”.

O PSD viveu “uma hecatombe, um terramoto”, com base em três factores, todos da responsabilidade do topo da hierarquia. “Má escolha dos candidatos, má campanha, má oposição”, listou Marques Mendes.

“Infelizmente, não são apenas os casos mais conhecidos, como Lisboa, Porto, Oeiras.  Em tudo o que são centros urbanos, maiores ou menores, o PSD tem uma derrocada enorme”, reforçou o comentador: “Má escolha dos candidatos, manifestamente é o caso de Lisboa e do Porto. São dois resultados desastrosos. Ficar atrás do CDS em Lisboa só tinha acontecido uma vez, em 1976. Nunca mais aconteceu. No Porto, outro desastre”.

Sobre a “má campanha”, lembrou a “pouca mobilização” e o foco do discurso em “demasiados temas nacionais”, o que interligou com a terceira razão: “Má oposição ao Governo ao longo deste tempo todo. Uma oposição muito negativa, com ressentimento, sempre aquela ideia de ‘vem aí o diabo’. Nos centros urbanos, onde há maior consciência política, é onde a penalização é mais acentuada”.

 

Em destaque

Subir