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Maria Onofriana lembrada pela Google em dia de aniversário

A fadista portuguesa Maria Onofriana é alvo de uma homenagem da Google, que lhe dedica um doodle nesta terça-feira, dia quem que se assinala o nascimento da cantora a quem se atribui o título de “fundadora do fado”.

Maria Onofriana é alvo de uma homenagem, neste dia 26 de julho. E se quando se fala em fado qualquer português se recorda de Amália, é justo colocar Maria num pedestal. Esta cantora portuguesa é considerada a fundadora do cantar lusitano.

Nasceu na Rua da Madragoa (atual Rua Vicente Borga), na freguesia da Estrela, em Lisboa, no dia 26 de julho de 1820.

Maria Severa Onofriana era filha de Severo Manuel de Sousa e de Ana Gertrudes Severa. O pai era de etnia cigana, a mãe, de Portalegre, tinha uma pequena taberna.

Estes dois factos estão associados ao seu talento. Atribui-se à ascendência cigana do pai aquela beleza de cantar, de caráter único, expressivo, que conseguiu cativar os boémios da capital portuguesa.

Uma curiosidade. A mãe de Maria Onofriana, além de proprietária de uma taberna, era uma conhecida prostituta da Mouraria. A filha terá seguido as pisadas da mãe, ainda que contrariada, mas era no canto que se distinguia.

Há muitos mitos sobre Maria Onofriana, nem todos confirmados. Viria a fixar-se numa rua a que chamaram de Rua Suja, por ser frequentada por marujos, não só portugueses. Conta-se ainda que teve diversos amantes, entre os quais o Conde de Vimioso, Dom Francisco de Paula Portugal e Castro.

Conta-se ainda que o conde ficava encantado e possuído pelo modo de cantar de Maria, pelo modo como ela tocava guitarra.

Estas paixões célebres transportaram Maria Onofriana para a elite, permitindo-lhe pisar outros palcos que não as tabernas onde dificilmente chegaria tão depressa. Conquistou o público de todas as idades, de todos os extratos sociais, do povo e da alta sociedade intelectual de então.

Outro fator que ajudou a que conquistasse o reconhecimento foi o facto de a sua vida inspirar uma novela, chamada ‘A Severa’, da autoria de Júlio Dantas. A peça foi levada à cena em 1901.

Mas a fadista viria a inspirar também o primeiro filme sonoro português, do realizador Leitão de Barros, em 1931. A fadista Cuca Roseta vestiria a personagem de Severa, no filme Fados do realizador espanhol Carlos Saura.

Maria Severa corria Lisboa para encantar nas tabernas e tertúlias bairristas, não pela sua beleza, que a tinha, mas pela sua voz e modo de cantar único.

A eternidade é o local de Maria, que morreu de tuberculose e em condições miseráveis, num bordel, a 30 de novembro de 1846, na Rua do Capelão, na Mouraria. Contava apenas 26 anos de idade.

Terá dito, como derradeiras palavras, “morro sem nunca ter vivido”.

A cidade que a viu nascer viria também a ser a ponte para a eternidade. Maria Severa morreu no Socorro, a 30 de novembro de 1846. Esta sepultada no Cemitério do Alto de São João, numa vala comum e sem caixão.

Hoje é recordada com um doodle, a forma de arte que a Google encontra para recordar os nomes que não podemos esquecer.

 

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