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Marcelo fala em “exigência constante” para todos, a começar por si

No final da visita ao grupo oriental dos Açores, questionado pelos jornalistas acerca da pressão sobre o Governo no seguimento dos incêndios que devastaram Portugal, o Presidente da República prometeu uma “exigência constante”, mas sublinhou que esta não é uma mensagem dirigida exclusivamente ao Governo. Marcelo considerou que “o país ficou chocado consigo mesmo” e que estas “tragédias impõe deveres”, mas “para todos”, “não é para o orgão A, B, C, D”.

Enquanto falava numa escola básica no concelho de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, o Chefe do Estado afirmou que vai “assumir até ao fim do seu mandato”, com qualquer Governo que seja, “um dever de exigência constante, para que não ocorra novamente uma tragédia como esta”.

De forma a clarear o assunto e a dissipar qualquer dúvida, Marcelo continuou:

“Não é uma teimosia, não é uma questão pessoal, não é uma questão conjuntural. É uma exigência nacional. Eu tenho tentado explicar isto, considerando-me um razoável pedagogo, e um professor, porque há algum problema na minha comunicação, ou é porque quem ouve ou não quer ouvir ou não entende o que estou a dizer”, vincou.

O Presidente da República fez questão de voltar a tocar no assunto, assumindo que as suas palavras são “uma exigência nacional”, e não direcionadas a “A, a C, a D, por razões conjunturais, furtuitas, circunstanciais”.

“Ou somos exigentes para resolver o problema, ou não somos e não resolvemos. Se não resolvermos, falhamos todos. Considero uma perda de tempo, em vez de discutirmos o que é preciso fazer para que não se repita mais o que ocorreu, estarmos a discutir realidades, independentemente do seu caráter ficcional ou não ficcional, que são totalmente irrelevantes”, considerou.

Marcelo continuou o seu discurso apontado as luzes para si próprio enquanto Presidente da República, referindo que, no seguimento dos incêndios, o “país ficou chocado consigo mesmo” e que o “Presidente da República, ele próprio, disse ao país que sentia esse choque nele próprio (…) como responsável supremo do quadro do poder político do Estado português”.

O sentimento de “dever de exigência constante”, nas palavras do Chefe do Estado, deve-se essencialmente ao ponto específico de que o “país viveu duas tragédias quase consecutivas, e com alguns aspetos semelhantes, e ficou chocado, por razões que se prendem com o que ocorreu nesse tempo, e por descobrir que havia aspetos estruturais que vinham de longe e para as quais não tinha olhado como deveria ter olhado”.

A terminar, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que os portugueses discutem demasiado “o pormenor do pormenor do pormenor”, e que se se continuar a “discutir os pormenores, não chegamos lá”.

“E eu como Presidente da República, não posso admitir que não cheguemos lá”, conclui.

 

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