Desporto

Luís Filipe Vieira: “Benfica quer libertar-se da dívida financeira”

A entrevista de Luís Filipe Vieira à BTV cumpriu o ‘guião’ previsto. O presidente do Benfica mostrou o trabalho feito nestes 14 anos, explicou as contas, defendeu a formação e defendeu a renovação de Jorge Jesus.

Foi quase uma conversa de adeptos, com Luís Filipe Vieira a escapar a perguntas verdadeiramente incómodas, como as que geraram confusão na última Assembleia Geral. Da bancada chegaram até perguntas bem simpáticas, como “Vai continuar a demonstrar carinho para com as Casas do Benfica?”

Ainda assim, houve algumas questões bem diretas ao que interessa. Um associado perguntou ao presidente porque é que, apesar das “vendas astronómicas”,o investimento continua “a diminuir”.

“O Benfica, quando vende um jogador por 30 milhões, não vai receber 30 milhões. (…) O ativo sobe e o passivo desce. O Nélson Semedo foi vendido pro 30 milhões (…), que serão recebidos em três anos. O ativo sobe, mas o passivo vai baixando consoante os pagamentos. (…) O Benfica quer-se libertar da dívida financeira”, explicou Luís Filipe Vieira.

Antes, o dirigente encarnado explicara a muito discutida (na altura) renovação com o treinador Jorge Jesus, quando respondia às “decisões mais difíceis” que tomou: “Outra foi ter de falar com Fernando Santos e dizer-lhe que já não ia ser treinador do Benfica. Pensei voltar atrás, foi uma decisão muito complicada. E outra foi a continuidade de Jorge Jesus, contra tudo e contra todos. Foi outra decisão complicada, mas tinha de ser tomada, os interesses do Benfica estavam em primeiro lugar. Se calhar tinha aprendido com Fernando Santos”.

Com rasgados elogios a Ruben Dias, que “vai ser capitão do Benfica”, e outros a Svilar, por quem diz ter recebido uma proposta “quatro vezes superior” ao que os encarnados pagaram pelo guarda-redes, Vieira prometeu que “80 por cento do plantel” será, no futuro, constituído por jovens formados no Seixal.

A entrevista já levava quase uma hora quando o presidente do Benfica fez a primeira referência ao “ambiente de cortar à faca” no futebol português. Mas foi para enquadrar os elogios aos “miúdos” da formação, não para abordar as polémicas do momento. “Fizeram uma proposta de 30, passaram para 35 e hoje já era de 40”, garantiu o dirigente, sem citar o nome “para não estar vendido amanhã” pelos jornais.

“Só uma vez permiti que dissessem que sou o pai do tetra, não permiti mais. Só dei uma entrevista. Fiquei em silêncio, para que todos sentissem” o tetracampeonato, destacou.

Terminou pouco depois a primeira parte da entrevista, com a promessa de se “falar dos emails” na segunda.

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