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Lobo Antunes diz ter sido assediado por um professor

António Lobo Antunes lembrou um episódio traumático pelo qual passou enquanto criança. Nesta terça-feira, no Palácio de Belém, o escritor conversou com jovens e recordou o momento em que um professor de Moral lhe apalpou os joelhos.

Lobo Antunes confessou que se recordava que o professor “subiu pelos calções” e, dias mais tarde, achou estranha uma conversa tida com o docente.

Ao contar ao pai, Lobo Antunes lembra que o pai saiu de casa e só se recorda de ouvir “o carro arrancar”.

O professor em questão esteve dois meses afastado e deixou de dar aulas à turma, na altura.

“Não há talentos, há bois, pessoas que marram até aquilo ficar bom”

O escritor de 75 anos falou sobre livros e explicou aos jovens, no Palácio de Belém, que gosta de escrever à mão para… “desenhar a letra”, até porque “escrever ao computador é como fazer amor com preservativo”.

“O importante não é escrever é emendar, emendar e emendar. Se escreve e vai ler logo a seguir fica todo contente, [mas] se ler no dia seguinte percebe que aquilo está uma merda. E deita fora aquilo que na véspera tinha achado formidável. Não há talentos, há bois, pessoas que marram, marram as vezes que forem necessárias e escrevem e escrevem as vezes que forem necessárias, até aquilo ficar bom.”

António Lobo Antunes falou ainda de livros bons e maus.

“Um livro mau, muitas vezes é um sucesso, porque não a põe em questão a si mesma, nem ao leitor. Um livro fácil é como uma mulher ou um homem fácil, que me interessa a mim. Onde tudo é óbvio, onde tudo está à mostra, não me interessa nada. A mim, interessa-me o que é difícil.”

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