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Lisboa recebe na segunda e terça-feira conferência sobre tecnologias do espaço

Lisboa recebe na segunda e terça-feira uma conferência internacional sobre tecnologias espaciais aplicadas ao Atlântico, com a qual, nas palavras do ministro da Ciência, Portugal pretende “atrair empresas estrangeiras” para o setor do espaço.

A “NewSpace Atlantic Summit 2018”, iniciativa que vai decorrer no Pavilhão do Conhecimento, visa “potenciar os novos mercados e empregos qualificados em diversas áreas da economia associadas ao setor do espaço” e “aprofundar o debate acerca dos mini, micro e nanosatélites com ênfase nas regiões atlânticas”, refere numa nota de imprensa a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que organiza o evento.

À Lusa, o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, disse que a conferência encerra a discussão pública da proposta de lei governamental que define o regime de acesso e exercício da atividade espacial e pretende “atrair empresas estrangeiras” para o setor.

Manuel Heitor adiantou que o diploma, aprovado em fevereiro pelo Governo, deverá ser submetido para apreciação do parlamento até meados de junho.

A primeira edição da “NewSpace Atlantic Summit” acontece igualmente quando está a ser preparada a instalação do Centro Internacional de Investigação do Atlântico (AIR Centre), que terá a sua sede nos Açores e diversos polos no estrangeiro. Segundo o ministro, o plano de instalação do AIR Centre deverá ser aprovado em novembro pelos países parceiros numa cimeira nas Canárias, em Espanha.

O AIR Centre pretende reunir a investigação sobre o Atlântico, em áreas como espaço, oceanos, alterações climáticas e processamento de dados, ao agregar uma rede de instituições científicas de vários países.

A “NewSpace Atlantic Summit 2018” ocorre ainda no contexto da Estratégia Nacional Portugal Espaço 2030, aprovada pelo Governo em fevereiro e que Manuel Heitor resume como uma “estratégia de ‘marketing’ científico” para captar investimento da indústria espacial estrangeira.

No âmbito desta estratégia, um grupo de trabalho, cuja composição ainda não está definida, irá lançar até ao fim de 2018, em colaboração com o Governo Regional dos Açores, um concurso público internacional de ideias para a eventual instalação nos Açores de uma base de lançamento de satélites.

O mesmo grupo de trabalho deverá apresentar, igualmente até ao final deste ano, a proposta “institucional e financeira” para a criação da Agência Espacial Portuguesa.

Segundo a FCT, a conferência será palco para a discussão das “tecnologias espaciais e de observação da Terra” que potenciem a atividade do AIR Centre e o “desenvolvimento de pequenos lançadores e portos espaciais”.

Um estudo da universidade norte-americana do Texas, com a qual Portugal tem parcerias, sugere a construção de uma base de lançamento de pequenos satélites preferencialmente na zona de Malbusca, na ilha de Santa Maria, devido “à amplitude e à orientação do seu corredor de lançamento e aos seus atributos de segurança de alcance superior”.

De acordo com o estudo, datado de janeiro, a operacionalização do porto espacial deve ser acompanhada pela fixação nos Açores de empresas dedicadas ao fabrico de satélites.

A Universidade do Texas recomenda que uma eventual decisão sobre a base espacial deve ser suportada por um plano de negócios, uma análise de mercado e uma avaliação dos riscos ambientais e de segurança, aconselhando ainda a que Portugal identifique pelo menos um possível lançador de pequenos satélites que possa operar na base espacial de forma a garantir a sua viabilidade.

O programa da “NewSpace Atlantic Summit 2018” inclui intervenções de Manuel Heitor, do secretário-regional dos Açores para o Mar, a Ciência e a Tecnologia, Gui Menezes, do ex-diretor da Agência Espacial Europeia Jean Jacques Dordain, agora conselheiro especial do ministro para o setor do espaço, e do diretor do Programa de Lançadores da Agência Espacial do Reino Unido, Mike Taylor, além de especialistas, cientistas e empresários portugueses e estrangeiros.

A conferência internacional é organizada pela FCT, em colaboração com a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e com a Fundação Space Frontier, que promove anualmente nos Estados Unidos uma iniciativa semelhante e que funciona como uma espécie de Câmara do Comércio para a indústria do espaço.

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