Lembra tragédia de Entre-os-Rios para falar dos políticos e os fogos
Paulo Teixeira era presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva quando a 4 de março de 2001 caiu a ponte Hintze Ribeiro, em Entre-os-Rios, que tirou a vida a muitos paivenses e chocou o país e o mundo. Agora, o ex-autarca fala do drama dos fogos florestais que se abateram sobre Portugal e recorda a atitude de Jorge Coelho – ministro do Equipamento Social que apresentou demissão de governante logo nessa noite – por oposição ao que acontece agora com Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna.
“Que saudades tenho do engenheiro António Guterres e do Dr. Jorge Coelho. Em 2001 quando ocorreu o desabamento da ponte de Entre-os-Rios, Portugal tinha dois governantes, que, 16 anos depois deixam-me saudades”, começou por escrever Paulo Teixeira.
“O primeiro que atrás referi, um humanista com quem tive o privilégio de conhecer e trabalhar. O segundo que foi um homem com uma visão ímpar, na madrugada de 4 para 5 de Março de 2001, que antes de saber da culpabilidade ou não do Estado no acidente, apresentou a sua demissão”, atirou.
E falou mais diretamente para Constança Urbano de Sousa.
“Da Senhora ministra da Administração Interna esperava mais, mas muito mais.
E deixa críticas ao resto do Executivo.
“Foi pena não vermos ainda nenhum membro do Governo até agora a visitar Castelo de Paiva onde os primeiros números apontam para cerca de três dezenas de habitações destruídas, uma grande parte primeira habitação, várias unidades industriais destruídas (algumas com dezenas de trabalhadores), agricultores com vinhas queimadas e as suas alfaias foram eliminadas pelas chamas, resumindo cerca de 80% do concelho foi destruído pelas chamas”, aponta.
“Porque trabalhei com o Dr. António Costa no acidente de Entre-os-Rios esperava mais do nosso primeiro-ministro”
“Porque trabalhei com o Dr. António Costa no acidente de Entre-os-Rios esperava mais do nosso primeiro-ministro”, disse e salienta Paulo Teixeira, que também viu o violento incêndio do passado domingo chegar perto da sua habitação.
“Penso que apesar de não ser a responsável pelos fogos, a demissão da senhora ministra era uma lufada de ar fresco, nesta negra conjuntura”, atirou.
A finalizar deixa um apelo.
“Dr. António Costa, pretendendo manter a imagem positiva que tenho de si, por favor demita a senhora ministra da Administração Interna se esta não o vier a fazer nas próximas horas. A bem deste Portugal que adoro”.
Portugal tem sido afetado por vários fogos nos últimos tempos que têm deixado o Governo no centro da polémica.
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