O Hospital da Régua vai voltar a abrir? Já passou uma semana desde que foi detetada a bactéria legionela, levando à transferência dos pacientes para Chaves. Nenhum apresentou sintomas, mas ninguém assume a reabertura das instalações hospitalares da Régua.

A preocupação dos populares é evidente. O Hospital D. Luiz (Régua) fechou há uma semana, forçando quem quer visitar os pacientes a uma longa (e cara) viagem até Chaves, e não há um único responsável a admitir a reabertura das instalações.

O conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) não se pronuncia sobre o futuro da unidade enquanto decorre a “realização de contra-análises com vista a salvaguardar a qualidade da água no hospital da Régua”.

Foi a 3 de março que, após a deteção da bactéria legionella na rede de água do hospital, os serviços foram encerrados e os 12 utentes internados foram transferidos para Chaves. Agora, a população da Régua quer saber quem assume as responsabilidades.

Como “provocação”, adianta a Lusa, o médico Eduardo Miranda mandou colocar uma tarja, em frente ao hospital, com a pergunta que muitos fazem em surdina: “Quem te pariu legionela?”

“Depois de tudo o que nos têm feito em relação ao hospital, eu tenho dúvidas sobre a legionella e tenho dúvidas porque, ao longo dos últimos anos, este hospital tem sido menorizado e a intenção é clara e é a de tentar encerrar isto por questões economicistas ou outras”, adiantou o médico que iniciou carreira no Hospital D. Luiz e que agora exerce no setor privado.

Eduardo Miranda solicitou à Direção-Geral de Saúde (DGS) informações sobre “as análises e os pontos de colheita onde foi detetada” a bactéria, “uma dúvida mais do que legítima”, e manifestou surpresa por ver que o município da Régua “não toma uma posição com mais frontalidade” sobre o tema.

Nuno Gonçalves, o presidente da Câmara da Régua, não quis responder, acrescentou a Lusa.

Para o médico Eduardo Miranda, o Hospital da Régua “tem condições para exercer um bom serviço público às populações e pode ser uma complementaridade do Hospital de Vila Real”.