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João Soares apresenta demissão do cargo de ministro

“Por profunda solidariedade do Governo”, João Soares apresentou a demissão do cargo de ministro da Cultura, em resultado do post (e reações) que publicou no Facebook, onde prometia “um par de bofetadas” aos seus críticos. “Respeito e aceito a avaliação que ele fez sobre as condições que tinha para o exercício destas funções e naturalmente aceito esta demissão”, reagiu António Costa.

“Torno público que apresentei esta manhã ao senhor primeiro-ministro, António Costa, a minha demissão do XXI Governo Constitucional. Faço-o por razões que têm a ver com a minha profunda solidariedade com o Governo e o primeiro-ministro, e o seu projeto político de esquerda”, destaca João Soares, num comunicado enviado à agência Lusa.

“Demito-me também por razões que têm a ver com o meu respeito pelos valores da liberdade. Não aceito prescindir do direito à expressão da opinião e palavra”, realça ainda o titular da pasta da Cultura.

O caso do ‘par de bofetadas’ nasceu no Facebook, com João Soares a reagir mal a uma crítica de Augusto M. Seabra, cronista do Público.

João Soares recuou a 1999, lembrando a altura em que prometeu “um par de bofetadas”. Num post no Facebook, o ministro da Cultura foi polémico. “Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas”. Leia mais.

As reações ao post de Soares vieram de diferentes quadrantes políticos – já fora da esfera do Facebook. O PSD pediu a demissão, o próprio Augusto M. Seabra considerou as palavras “inqualificáveis”.

À esquerda faz-se silêncio e o ministro da Cultura  reagiu à polémica que criou. Num SMS enviado ao Expresso, Soares escreveu que é “um homem pacífico”.

“Nunca bati em ninguém. Não reagi a opiniões, reagi a insultos. Peço desculpa se os assustei”, citou ontem o Expresso.

Logo depois, veio a reação de António Costa.

“João Soares já pediu desculpa aos visados pela forma como se expressou. Eu quero também expressar publicamente desculpas a duas pessoas, a Augusto M. Seabra, por quem tenho particular estima, e a Vasco Pulido Valente, por quem tenho consideração”, disse o primeiro-ministro, que ainda não reagiu a este pedido de demissão.

Entretanto, António Costa já reagiu à demissão. “Respeito e aceito a avaliação que ele fez sobre as condições que tinha para o exercício destas funções e naturalmente aceito esta demissão”, disse há poucos minutos o chefe de Governo, que vai agora escolher um novo nome para o cargo de ministro da Cultura ao Presidente da República.

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