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“Irão não está cá para ser um simpático perdedor”, avisa Queiroz

O selecionador do Irão, o português Carlos Queiroz, afirmou hoje que a equipa que dirige não está no Campeonato do Mundo “para ser um simpático perdedor”.

O técnico luso disse que o Irão se vai bater com “toda a dignidade” no duelo desta segunda-feira com Portugal, na terceira jornada do grupo B do Mundial da Rússia, dignificando o país que representa.

“Viemos para competir com dignidade e trazer felicidade e orgulho aos adeptos iranianos, tentando fazer sempre melhor. Não estamos cá para ser uns simpáticos perdedores”, avisou Carlos Queiroz.

O Irão surge para esta partida com três pontos no grupo B, depois da vitória sobre Marrocos e a derrota com Espanha, e ainda com possibilidades de se apurar para os oitavos de final da competição, caso vença o duelo com Portugal.

“É um privilégio e uma honra estar nesta fase da prova sabendo que ainda estamos vivos e a lutar pelos sonhos, com esperança e empenho para conseguir uma qualificação histórica”, disse Queiroz.

O selecionador iraniano considerou que Portugal “é um poderoso candidato a ganhar a competição e um dos favoritos”, mas salientou que a sua equipa “aprendeu com os erros cometidos contra Marrocos e Espanha, e vai querer ser melhor”.

“Será o jogo mais difícil para nós, porque o Fernando [Santos] vem com os ‘bichos’ à solta e podem nos morder a qualquer momento”, disse, sorridente, Carlos Queiroz, recuperando uma analogia: “Vamos jogar com a nossa filosofia baseada nos três ‘R´s’: Respeito pelo adversário, realismo por estamos a jogar contra uma das seleções mais fortes do mundo e romantismo para basearmos o nosso jogo nos valores de equipa, do trabalho, bravura, integridade e honestidade.”

O selecionador do Irão não hesitou em qualificar a equipa das ‘quinas’ como “uma das mais fortes do mundo”, lembrando o leque de opções do “amigo Fernando Santos”.

“Além dos 23 que cá estão, Portugal deixou ainda ficar de fora jogadores como Nani, Éder, Nélson Semedo, André Gomes, João Cancelo ou Ronny Lopes. Digam-me quantas são as seleções do mundo que se podem permitir abdicar de atletas desta qualidade”, analisou.

Como português, Carlos Queirós admitiu que, a nível pessoal, o duelo desta segunda-feira com a seleção lusa “será especial”, mas sublinhou, de forma bem disposta, o seu profissionalismo.

“Temos amigos de um lado e do outro, mas, como se costuma dizer ‘amigos, amigos, futeboladas à parte’. É um pouco como aqueles jogos entre amigos, ao domingo, em que cada um vai tentar ganhar. Tudo por respeito ao futebol e honestidade com os adeptos”, afirmou.

Apesar de conhecer bem as características de Cristiano Ronaldo, o técnico do Irão, não ‘levantou o veú’ sobre a forma de travar o capitão português, embora admitindo que “se jogar com Marrocos e Espanha é difícil, enfrentar Portugal será ainda mais complicado”.

“Jogar contra Cristiano é algo motivante para todos os jogadores, vamos tentar fazer o nosso melhor. Não viemos ao Mundial para ter adversários fáceis. Sabemos que Portugal luta por obrigações, e tem tudo a perder, e nós [Irão] temos apenas sonhos, e vamos tentar desfrutar o mais possível deste jogo”, concluiu.

Portugal defronta esta segunda-feira o Irão, em jogo da terceira jornada do grupo B do Campeonato do Mundo da Rússia, que se realiza em Saransk, às 21:00 (19:00 em Lisboa), com arbitragem de Enrique Cáceres, do Paraguai.

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