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Infarmed avisa farmacêuticas: “Preço dos medicamentos inovadores é incomportável”

“A inovação é incomportável neste momento”. Em jeito de alerta, a presidente do Infarmed deixou um claro recado à indústria farmacêutica. “É fácil culpar a indústria”, respondeu-lhe o vice-presidente da Sanofi.

A entrega dos prémios Saúde Sustentável foi a 3 de outubro, mas a violenta troca de recados entre o Infarmed e a indústria farmacêutica só agora se tornou do conhecimento público, depois de algumas citações publicadas pelo Negócios.

Maria do Céu Machado atacou as farmacêuticas pelo exagero no preço dos medicamentos inovadores. “A inovação nunca teve este custo”, avisou a responsável, citando as estimativas que revelam um aumento anual da inovação entre “10 a 15 por cento”.

“A inovação é incomportável neste momento se quisermos dar acesso a todos os doentes, a todos os medicamentos inovadores em todas as áreas”, insistiu a presidente do Infarmed: “Temos de discutir qual a melhor forma deste acesso ser conseguido”.

Para este exagero nos preços dos medicamentos inovadores também contribuiu o “extremamente perverso” mercado dos genéricos e biossimilares: “Achamos que poupamos milhões” quando, “durante o tempo da patente, a indústria põe o preço mais alto que conseguir fazer passar”, sabendo que com o fim dessa patente “terá de o baixar”.

Os avisos da presidente do Infarmed foram recebidos de imediato por Josep Catllá. O vice-presidente da farmacêutica Sanofi participava na mesma mesa-redonda e respondeu a Maria do Céu Machado.

“Não quero que ninguém ganhe dinheiro com a minha saúde, mas não é esse o papel da indústria farmacêutica, ou pelo menos não é exactamente esse o papel da Sanofi. Todos nos movemos pelo mesmo objetivo, trazer esperança e cura aos que sofrem”, defendeu o porta-voz improvisado da indústria farmacêutica: “Quando nos encontramos nesse papel queremos que empresas como a Sanofi tenham investido o máximo em medicamentos para que eu possa ter a minha situação de saúde resolvida”.

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