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Incêndios: Rio ‘inaugura’ presidência com ataques a Governo e outros partidos

O presidente do PSD atacou o Governo por não ter “aprendido” com os incêndios de junho, mas deixou farpas aos outros partidos, incluindo o CDS, por fazerem política com “a componente emotiva” das tragédias.

A intervenção, feita a partir do Porto, onde o PSD reúne em Conselho Nacional, é a primeira de monta desde que Rui Rio assumiu a liderança do partido. Uma demora que lhe valeu críticas internas, com Santana Lopes a pedir-lhe publicamente para “inaugurar” a oposição ao Governo.

Na sequência da apresentação do relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre os incêndios de outubro, e “agora que há a serenidade necessária” para se abordar o tema sem “demagogia”, Rui Rio classificou como “grave” a atuação do Governo.

“Tinha a experiência de junho, tinha a experiência de Pedrógão, que correu muito mal, e não preparou as coisas de forma a que fosse possível evitar a tragédia de outubro, onde morreram mais de 48 pessoas”, afirmou.

Citando o relatório da CTI, o presidente do PSD lembrou que “o Instituto Português do Mar e da Atmosfera avisou com três dias de antecedência que o dia 15 de outubro ia ser o mais perigoso do ano”.

“Apesar disso, o Governo não decretou a calamidade publica preventiva, como fez em agosto, quando havia perigo menor”, salientou.

Rui Rio citou ainda o relatório para destacar que “não foram avisadas as populações, que foram deixadas completamente ao abandono” nem “disponibilizados os meios necessários, nem os solicitados”.

“Mais uma vez, segundo o relatório, as comunicações voltaram a falhar”, continuou o líder laranja, que optou por não comentar “outros aspectos mais laterais”, como “a responsabilidade da EDP” na ignição dos fogos de outubros ou a “coordenação das Forças Armadas”.

“Podíamos e devíamos ter aprendido algo mais em junho”, insistiu o presidente do PSD, criticando a “fuga para a frente” do Governo, dando como exemplo a polémica sobre o prazo para a limpeza dos terrenos florestais.

Na sequência do relatório da CTI, o PSD vai chamar ao Parlamento a própria CTI, “o antigo responsável pela Proteção Civil”, as associações das vítimas e o ministro da Administração Interna.

Focando o ataque no Governo, Rui Rio até começou a intervenção com uma crítica direcionada aos partidos que, logo em outubro, criticaram o executivo, como o fez o CDS, que nas Legislativas foi parceiro de coligação do PSD.

No início do discurso, Rui Rio considerou ser agora oportuno analisar os incêndios de outubro para não se “aproveitar a componente emotiva”.

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