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Guterres foi imprudente e imparcial para agradar aos EUA, acusa a Coreia do Norte

O alerta de António Guterres sobre “a ameaça de um conflito nuclear” foi mal recebido pela Coreia do Norte, que vê no secretário-geral das Nações Unidas um subordinado dos EUA.

Os delegados norte-coreanos na ONU exortaram Guterres a “refrear o seu comportamento”, questionando os motivos pelos quais o português não fez as mesmas exigências aos EUA.

A reação inflamada dos asiáticos surgiu na sequência do secretário-geral das Nações Unidas ter afirmado que, pela primeira vez desde a Guerra Fria, o mundo enfrenta a “ameaça de um conflito nuclear”.

No entender de Guterres, o Conselho de Segurança das Nações Unidas tem de manter – ou até agravar – as sanções sobre o regime norte-coreano.

“Mesmo que as relações entre as duas Coreias tenham melhorado, vamos ser claros, essa não é a questão central que estamos a enfrentar. A questão central continua a ser a questão da desnuclearização”, reforçou.

A Coreia do Norte refutou de pronto as declarações “imprudentes” do responsável da ONU.

“Se António Guterres realmente quiser resolver o problema nuclear na península coreana, deve apelar ao Conselho de Segurança para promover o melhoramento das relações inter-coreanas e desencorajar os países vizinhos de perturbar o processo”, frisou o regime de Pyongyang.

Os norte-coreanos insistem que a principal ameaça nuclear está na “ambição” dos EUA, que desenvolvem armas nucleares mais sofisticadas para usar em “ataques nucleares preventivos” contra o país asiático.

As declarações de António Guterres, proferidas na Conferência de Segurança de Munique, a 16 de fevereiro, foram “imprudentes” e exibiram uma “mentalidade inflexível baseada em preconceito extremo sem qualquer consideração de imparcialidade”.

Guterres “não disse uma única palavra contra os Estados Unidos, que são os principais culpados por todo o agravamento da situação atual”, frisou a Coreia do Norte.

Considerando António Guterres um subordinado dos EUA, Pyongyang garantiu que a paz já teria regressado à península coreana se não houvesse uma “política hostil” nem “chantagem ou ameaças nucleares” por parte dos EUA.

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