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“Governo não pode fazer chover”, avisa Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares lembrou que o problema da seca não pode ser resolvido apenas pela política, caso não se mudem os paradigmas de consumo. “O Governo não pode fazer chover”, frisou o comentador.

“O clima alterou-se”, mas Portugal não e continua a gastar água como se a seca fosse passageira, quando na verdade é a regra… e vai continuar a ser.

“O inverno não existiu, praticamente”, considerou Sousa Tavares, no comentário para a SIC.

“Com raras e episódios exceções, estamos num ano contínuo de seca, de março a março”, afirmou.

Quem mais sofre com a seca é, numa primeira linha, o setor agrícola.

Aqui, os problemas ganham maior dimensão devido à falta de capacidade financeira de resposta, lembrou o jornalista.

“É evidente que os agricultores estão desesperados e viram-se para o Governo, mas o Governo não pode fazer chover. No imediato, pode é dar apoios financeiros a fundo perdido”, reforçou.

Para Miguel Sousa Tavares, são urgentes definir “políticas a médio e longo prazo” para uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos.

“Sabemos que é caríssima a dessalinização da água do mar, mas quão caro é? A energia solar também era caríssima, hoje em dia está a tornar-se cada vez mais barata. Os israelitas há décadas que dessalinizam a água do mar”, sustentou.

A fatura será sempre pesada, mas quanto mais cedo se enfrentar o problema, menos difícil de suportar será.

“É preciso ver até que ponto a solução é cara, no final de contas vai ser mais caro do que tudo se não tivermos água nas torneiras”, lembrou Sousa Tavares.

O comentador questionou ainda a importância do Alqueva, em tempos exigido pelos agricultores. Ainda se recorda do que aconteceu a seguir?

“Assim que se fez o Alqueva, os agricultores foram indemnizados pela parte inundada e o que sobrou venderam aos espanhóis”.

O problema ganha ainda maior dimensão face à irresponsabilidade dos agricultores espanhóis, que estão a apostar no olival intensivo “e vão fazer amendoal intensivo, em quantidades brutais”.

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