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Governo britânico desaconselha viagens para o norte de Moçambique

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido advertiu hoje os britânicos para evitarem viajar para as áreas de Palma, Mocímboa da Praia e Macomia, no norte de Moçambique, devido a um aumento de ataques por “grupos ligados ao extremismo islâmico”.

A atualização no seu portal de conselhos aos viajantes, o ministério refere a notícia da morte de cerca de 12 pessoas entre 29 e 31 de maio, seguido por mais sete mortes em 5 de junho de 2018 na província de Cabo Delgado, somando-se aos confrontos da polícia na cidade de Mocímboa com grupos armados entre 05 e 06 de outubro do ano passado.

“Há relatos de uma maior presença de forças de segurança na região, incluindo cortes de estradas”, lê-se na página de Internet, que aconselha os britânicos a consultarem a imprensa local e as redes sociais, bem como a seguir as orientações das autoridades locais.

O porta-voz nacional da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio Dina, adiantou na semana passada que o grupo armado que matou sete pessoas em Naunde, norte de Moçambique, será o que resta de um bando maior, suspeito de ter decapitado dez pessoas no fim de maio.

No mesmo ataque da semana passada foram incendiadas 164 casas, vitimando pelo menos duas pessoas, enquanto as restantes foram mortas com catanas enquanto fugiam, disseram fontes locais à agência Lusa.

Nove dos responsáveis foram abatidos pelas autoridades, que suspeita que outros seis tenham escapado e tenham sido responsáveis pelo ataque a Naunde.

Um estudo divulgado em maio, em Maputo, aponta a existência de redes de comércio ilegal na região e a movimentação de grupos radicais islâmicos, oriundos de países a norte, como algumas das raízes da violência.

Diversos investimentos estão a avançar na província para exploração de gás natural dentro de cinco a seis anos, no mar e em terra, com o envolvimento de algumas das grandes petrolíferas mundiais.

O Governo britânico mantém algum nível de alerta devido às tensões nas províncias da Zambézia, Sofala, Manica e Tete entre as milícias da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e as forças de segurança do Estado, que registou confrontos em 2016, ano em que se verificaram ataques armados a veículos nas principais estradas daquelas províncias.

Alerta também para o risco de ataques terroristas, para a pirataria marítima no Golfo de Aden e no Oceano Índico e para a criminalidade mais violenta, em especial raptos.

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