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Gosta de teorias da conspiração? A Matemática acaba com elas

ArmstrongSe acredita nas teorias da conspiração, temos más notícias. Um estudo da Universidade de Oxford, publicado na revista científica Plos One, assegura que seria impossível guardar um segredo durante anos. Uma das mais célebres teorias sustenta que a ida do Homem à Lua foi montagem. No entanto, afinal de contas, falsas são as teorias da conspiração.

Se se apaixona pelas teorias da conspiração, é certo que vai ficar desiludido com as conclusões de um estudo orientado por David Grimes, da Universidade de Oxford, em Inglaterra.

Este investigador criou uma equação que permitiu perceber se seria possível que uma história falsa perdurasse no tempo como sendo verdadeira.

Por exemplo, a célebre imagem da ida do Homem à Lua, que apaixona os defensores de uma teoria (conspirativa) de que essa foto é falsa.

Para perceber se seria possível criar esta teoria – sem que fosse desmascarada, durante tanto tempo – o físico David Grimes e a sua equipa criaram uma equação que se baseia em três fatores: o número de conspiradores envolvidos numa história, o tempo que passou desde o evento e a possibilidade dessa conspiração fracassar.

De acordo com o estudo de Grimes, qualquer teoria da conspiração seria descoberta ao fim de pouco mais de três, quatro anos.

A equipa de investigadores da Universidade de Oxford criaram uma fórmula capaz de ser aplicada a todas as teorias da conspiração. E de as desmentir.

Segundo essa equação, consideram-se o número de conspiradores. Quantos mais, menos provável seria conseguir enganar o mundo – a possibilidade de relevar a verdade, mesmo que sem querer, seria muito alta.

Por exemplo, se fosse falso que Neil Armstrong não pisou o solo da Lua em 1969, em meados de 1972, 1973, a mentira seria descoberta. Uma teoria da conspiração não consegue durar mais de 3,8 anos.

A estimativa, nesta história lunática, tem em consideração o facto de, na Nasa, trabalharem mais de 400 mil pessoas. Logo, a probabilidade de uma mentira durar quase cinco décadas seria ínfima. Para que fosse possível enganar a humanidade, somente 251 pessoas da Nasa poderiam saber de um embuste.

Logo, é garantido. O Homem foi mesmo à Lua, em 1969.

Mas há mais fraudes analisadas por Grimes e a sua equipa. A alegada fraude do aquecimento global seria desmascarada entre 3,7 a 26,8 anos.

Já a conspiração sobre as vacinas seriam descobertas entre 3,2 a 34,8 anos. Também o embuste sobre o ‘facto’ de os cientistas estarem a ocultar a cura do cancro seria desmascarado em 3,2 anos.

“Se duvidar da chegada à Lua é irrelevante, já acreditar na contra-informação sobre as vacinas pode ser fatal”, assinala o físico de Oxford.

Monty McGovern, um matemático na Universidade de Washington, analisou o estudo e sustentou que os métodos “surpreendem por serem fortes e as probabilidades de estarem corretos são muito plausíveis”.

David Grimes tem noção de que será difícil convencer os adeptos das teorias da conspiração a acreditar neste estudo. Qualquer defensor destas teorias é desconfiado por natureza… Mesmo assim, acredita que este estudo será relevante para quem tem dúvidas sobre a atitude dos cientistas perante boatos.

“Embora eu considere que será difícil mudar a opinião dos mais convictos, espero que este artigo seja útil para aqueles que têm dúvidas sobre a possibilidade de cientistas perpetuarem, ou não, um boato”, afirma.

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