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Glaucoma. Conhece o ‘ladrão silencioso da visão’?

GlaucomaAproximadamente 67 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com glaucoma e cerca de metade nem sempre tem consciência de que padece do problema. Por outras palavras, mais de 30 milhões – a população total associada de Portugal, Holanda e Áustria – estão a perder a sua visão lentamente, sem terem consciência. Existem 4,5 milhões de pessoas cegas por causa desta doença.

O glaucoma é a segunda causa principal de cegueira evitável no Mundo. No entanto é uma doença que poucas pessoas conhecem. Afeta 67 milhões de pessoas em todo o mundo, causando perda de visão irreversível se deixado sem tratamento.

Exames regulares aos olhos são essenciais: os doentes podem perder até 40 por cento da sua visão antes de perceberem que têm glaucoma, um problema subdiagnosticado. E a deteção precoce e o tratamento correto são fundamentais para preservar a visão.

“O glaucoma pode permanecer silencioso e, portanto, não diagnosticado durante anos até a visão se começar a deteriorar, logo os exames regulares à visão são a única forma de detetar esta doença ocular cedo o suficiente para ser devidamente tratada”, diz José Moura Pereira, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e coordenador do Grupo Português do Glaucoma.

“Não existe, hoje em dia, uma cura para o glaucoma mas com um tratamento eficaz, é possível atrasar a sua progressão. Uma pressão ocular elevada é o fator de risco, sobre o qual se pode atuar, mais importante para o glaucoma: portanto manter a pressão ocular sob controlo é a chave para ajudar os pacientes de glaucoma a preservar a sua visão.”

Semana Mundial do Glaucoma: o que pode fazer para preservar a visão?

Agendar exames à visão. O glaucoma é conhecido como o “ladrão silencioso da visão” e é uma doença sem sintomas percetíveis – um total de 40 por cento da visão pode ser perdida antes mesmo de o doente se começar a aperceber da doença, portanto os exames regulares à visão efetuados por um técnico ou um médico oftalmologista são fundamentais.

Falar acerca do glaucoma. Todas as pessoas, desde bebés até pessoas seniores, podem desenvolver glaucoma. Converse com os pais, família, amigos e colegas sobre a doença e a importância da sua deteção precoce.

Certifique-se de que os seus entes queridos estão a tomar a sua medicação para o glaucoma. Com um tratamento adequado, a maioria dos doentes com glaucoma não perde a visão.

No entanto, aproximadamente 25 por cento dos doentes com glaucoma não administram os medicamentos que lhes são prescritos e quase metade dos doentes para totalmente de administrar a medicação num prazo de seis meses após iniciar tratamento, um comportamento que, ao longo do tempo, pode conduzir à perda da visão.

O glaucoma pertence a um grupo de doenças oculares que conduzem a uma lesão progressiva do nervo óptico. Uma vez que um nervo ótico saudável é fundamental para a transmissão de informação do olho para o cérebro, pode resultar numa perda de visão gradual e irreversível e, a uma eventual cegueira, se deixado sem tratamento. A causa exata é, ainda, desconhecida.

Existem dois grandes tipos de glaucoma: primário e secundário. O primário pode ser de ângulo aberto, ou de ângulo fechado. O de ângulo aberto é responsável por quase 90 por cento de todos os casos e é, muitas vezes, assintomático, portanto permanece não detetado até se encontrar num estado avançado.

O glaucoma de ângulo fechado, por outro lado, é menos comum, mas necessita de atenção médica imediata. Os sintomas do glaucoma de ângulo fechado podem incluir dor severa, náuseas, vermelhidão do olho e visão turva.

Tratamentos do glaucoma e fatores de risco

Não é possível curar o glaucoma e a perda de visão não pode ser restaurada. No entanto, a visão que resta pode ser preservada através de tratamento. O glaucoma pode ser tratado com gotas para os olhos, medicamentos orais, cirurgia a laser, cirurgia tradicional, ou uma combinação destes métodos.

Além da elevada pressão intraocular, certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver glaucoma, incluindo: ter um historial de glaucoma na família; qualquer pessoa com mais de 60 anos; afrodescendentes com mais de 40 anos; pessoas com ascendência asiática (risco especifico de glaucoma de ângulo fechado); pessoas com diabetes, hipertensão arterial e doenças do coração; pessoas com danos físicos nos olhos; pessoas que usaram esteroides durante um longo período de tempo.

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