Desporto

Gil Vicente diz que regressar à Liga só em 2019/20 é “incompreensível”

O Gil Vicente manifestou-se hoje desagradado com a decisão da Cimeira de Presidentes das I e II ligas de futebol de adiar a subida ao primeiro escalão do clube para 2019/20, uma “atuação incompreensível do denominado G15”.

“Trata-se de uma atuação incompreensível dos clubes do denominado G15, dado que a solução adotada é mais penalizadora para eles, pois acabam por descer à II Liga três sociedades desportivas em 18, em vez de quatro sociedades desportivas em 20, como proposto pelo Gil Vicente”, explica o clube de Barcelos em comunicado, assinado pelo presidente, Francisco Dias da Silva.

Os barcelenses reagiram à decisão tomada na II Cimeira de Presidentes dos clubes das I e II ligas, que, na quarta-feira, em Coimbra, decidiram que o clube não será integrado na próxima época no primeiro escalão, na sequência de uma decisão anterior sobre o ‘caso Mateus’, mas antes na temporada de 2019/20.

Francisco Dias da Silva tinha apresentado uma proposta na reunião, promovida pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que consistia no alargamento da I Liga para 20 emblemas já na próxima temporada, permitindo a subida do clube, ideia que “recebeu o apoio das sociedades desportivas dos clubes denominados ‘grandes’, algumas da I Liga e a quase totalidade da II Liga”.

“Mas foi rejeitada por 12 sociedades desportivas do denominado G15”, refere o comunicado, sobre o grupo que reúne os líderes dos clubes primodivisionários excetuando os chamados ‘três grandes’.

Segundo Pedro Proença, presidente da Liga, explicou aos jornalistas após a Cimeira, na quarta-feira, a LPFP vai “aplicar o que existia nos próprios regulamentos e que já definia o caso em concreto do Gil Vicente – havendo uma decisão judicial transitada em julgado tem de haver uma época de permeio entre a decisão judicial e a entrada numa nova categoria”.

“E é isso que vai acontecer com toda a naturalidade”, sublinhou Pedro Proença, salientando que, passados 14 anos, “far-se-á justiça com a integração do Gil Vicente” na I Liga de futebol.

A integração do Gil Vicente na I Liga deve-se ao ‘caso Mateus’, que remonta a agosto de 2006, quando o clube, depois de ter assegurado a permanência, foi despromovido administrativamente à Liga de Honra, atual II Liga, devido à utilização do internacional angolano Mateus, quando o futebolista estava impedido por ter atuado com estatuto de amador, na época imediatamente anterior, ao serviço do Lixa.

Na altura, a Comissão Disciplinar da LPFP sancionou o clube minhoto com a descida de divisão, após uma queixa do Belenenses, que o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ratificou, impedindo ainda os gilistas de participarem na Taça de Portugal, assim como nos campeonatos de juniores e iniciados.

Na sequência da despromoção administrativa, o Gil Vicente recorreu das decisões para os tribunais administrativos, alegando a nulidade das sanções aplicadas, algo que foi confirmado pela sentença do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, proferida em 25 de maio de 2016.

No entanto, em julho de 2016, a SAD do Belenenses formalizou recurso desta decisão judicial, que, na altura, tinha levado LPFP e FPF a considerarem inevitável a subida dos minhotos à I Liga.

Em dezembro de 2017, Gil Vicente e Belenenses assinaram um princípio de acordo que permitia a subida, um documento também assinado pelo presidente da Liga, Pedro Proença.

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