Economia

Excedente primário da Grécia sobe para quatro por cento do PIB em 2017

A Grécia duplicou os objetivos fiscais definidos pelos credores para 2017, ao alcançar um excedente primário de quatro por cento do Produto Interno Bruto (PIB), anunciou hoje a agência de estatística grega (ELSTAT).

Este dado é enviado ao Eurostat e não é exatamente o mesmo que se aplica no cálculo utilizado em termos de programa de assistência financeira assinado com os credores, que segundo adiantaram fontes governamentais no domingo estaria entre 3,5 por cento e 3,7 por cento do PIB.

O objetivo inicial do excedente primário, que exclui o pagamento de juros da dívida, acordado entre a Grécia e as instituições credoras – Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE), Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) – era de 1,75 por cento.

Ao mesmo tempo, o excedente orçamental em 2017 alcançou 0,8 por cento do PIB, contra um objetivo de défice de 1,2 por cento.

A dívida desceu para 178,6 por cento do PIB, contra 180,8 por cento em 2016.

Assim, a Grécia ultrapassou em 2017 pelo terceiro ano consecutivo os objetivos do programa de resgate, graças principalmente ao aumento de impostos e a uma gestão austera do Estado.

O Governo de Alexis Tsipras confia que os bons dados registados consecutivamente sirvam para convencer o FMI de que se enganava ao pretender que a Grécia seria incapaz de alcançar semelhantes excedentes.

Apesar do FMI acreditar que a Grécia alcance este ano um excedente primário de 3,5 por cento, põe em dúvida que mantenha este nível até 2021, tal e como está acordado com os credores europeus.

Segundo os meios gregos, numa reunião do ministro das Finanças, Euclides Tsakalotos, com os credores este fim de semana em Washington, o FMI insistiu que a Grécia antecipe para 2019 a redução do mínimo isento de impostos, previsto inicialmente para 2020.

O acordo da Grécia com os credores prevê que esta antecipação ocorra se a Grécia não cumprir este ano o objetivo do excedente.

O pacto prevê por outro lado que em 2019, o primeiro ano fora do programa de resgate, a Grécia aplique um novo corte das pensões.

O FMI também exigiu o atraso para 2021 de uma série de medidas de alívio da pressão fiscal, que o Governo queria introduzir a partir de 2020.

Na reunião, realizada à margem da assembleia da primavera do FMI, mantiveram-se as diferenças face ao alcance da reestruturação da dívida, também segundo meios locais.

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