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Esta é a maior seca em Portugal desde que há memória

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) revelou, esta semana, que esta é a primeira vez desde que há registos que o país chega ao final do mês de outubro com todo o território nacional classificado nas classes de maior gravidade – seca severa ou extrema. Os sinais de melhoria tardam a chegar e os apoios do governo não se afiguram suficientes.

Segundo o IPMA, as restantes situações de seca severa sofriam um desagravamento à chegada do mês de outubro. No entanto, este ano tornou-se pior na altura em que devia ter melhorado.

Os registos climáticos iniciaram-se há 87 anos, em 1931, e não hé memória de um outubro tão quente como o de este ano. As temperaturas atingiram máximos históricos no negro dia de 15 de outubro, inserido numa vaga de calor longa, registada entre os dias 1 e 16.

Outubro é um mês no qual já se registaram poucos períodos de precipitação mas, ainda assim, é necessário recuar 20 anos para encontrar um mês tão seco quanto este.

O cenário de seca, neste contexto, é agravado pela conjugação entre as temperaturas elevadas e, por conseguinte, a falta de chuva. Os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera são bastante esclarecedores: no final do mês de setembro, apenas 7,4 por cento do territória estava na categoria mais grave de seca – a sexa extrema – ao passo que, em outubro, essa categoria abrange 75,2 por cento do território.

Os sinais de melhoria parecem tardar. O IPMA não prevê chuva para as próximas duas semanas – poderá chegar no dia 27, mas as previsões são ainda incertas.

Os produtores de arroz da zona do Vale do Sado, por exemplo, temem não poder cultivar em 2018 caso este período de seca se prolongue.

Ao jornal I, o presidente da Câmara de Viseu revelou que a linha de crédito disponibilizada pelo Governo para abastecer a população, no valor de 250 mil euros, já está esgotada e o contrato não foi ainda assinado. Almeida Henriques diz que tem sido gastos, diariamente, cerca de 20 mil euros para comprar água às Águas de Portugal.

De acordo com o IPMA esta é uma seca distinta das de 1944/45, 2004/05, 2008/09, 2011/12 e 2014/15 pois os índices mais severos intalaram-se mais tarde no ano, perto do final do mês de junho. Além disso, este ano está também inserido numa trajetória ascendente no último trimestre do ano.

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