Economia

Equipa de Tomás Correia falhou na vigilância aos clientes VIP do Montepio (o banco)

Administração de Tomás Correia é acusada pelo Banco de Portugal de “falta de vigilância” no Montepio. Em causa estavam as “pessoas politicamente expostas” que não foram registadas pelo banco, como Cavaco Silva, o Presidente de Angola e Pedro Passos Coelho.

Os factos remontam ao tempo em que banco e mutualista eram a mesma entidade, sob liderança de Tomás Correia, agora afastado do banco que é propriedade da mutualista gerida por ele.

Em causa está a lista de “pessoas politicamente expostas” (PPE), ou seja, clientes que pela atividade política devem ter os interesses bancários registados.

Clientes bancários que desempenharam um cargo político nos 12 meses anteriores são classificados como PPE para, por exemplo, evitar situações de incompatibilidade.

Agora, o Banco de Portugal abriu uma contraordenação contra o Montepio depois de uma auditoria ter revelado que o banco não atualizava a lista de PPE.

De acordo com o Diário de Notícias, não consta o nome de José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola desde 1979, nem o de Maria Cavaco Silva, esposa do antigo Presidente da República.

Passos Coelho, que foi primeiro-ministro e é ainda o presidente do PSD, também não consta do registo interno do banco, segundo o mesmo jornal.

Uma “falha de vigilância” que pode ter consequências de muitos milhares de euros. As multas para esta infração são pesadas, pois uma das finalidades da lista de PPE é a prevenção do branqueamento de capitais.

Como se isto não bastasse, o Montepio falhou também, entende o Banco de Portugal, quando concedeu um crédito a duas empresas do Grupo Espírito Santo, em 2014, quando já era conhecida a instável situação do ‘império’ de Ricardo Salgado.

Neste caso, acrescenta o DN, o Montepio terá alegado que foi o supervisor a falhar, uma vez que o Banco de Portugal só terá pedido a constituição de uma imparidade (já então feita pelo Montepio) no crédito à Rioforte a 23 de julho de 2014.

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