Economia

Emprego antes era mais estável e bem pago do que a partir de 2013

Um estudo do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra arrasa as consequências do ‘resgate’ da Troika no plano do emprego. Desde 2013 que o trabalho é mais instável e pior remunerado do que antes da crise financeira de 2008.

Entre 2000 e 2008, pouco se alterou, mas desde o rebentar da crise que a qualidade do emprego caiu e muito, sobretudo entre 2011 e 2013, o período de recessão que atirou Portugal para o ‘resgate’ da Troika.

“No novo emprego, os contratos permanentes são apenas um terço, ao contrário do passado, em que os contratos permanentes eram dominantes. A esmagadora maioria dos novos contratos são de ramos dos serviços e a remuneração média dos novos contratos está muito próxima do salário mínimo nacional, entre 2013 e 2017”, realçou João Ramos de Almeida.

A profissão mais comum, agora, é ser-se precário.

“Cerca de 25 por cento dos novos contratos criados até 2015 eram com menos de dois meses de duração, podendo abranger o mesmo trabalhador várias vezes”, apontou o investigador.

“A partir de 2013, registou-se uma retoma do emprego, mas o nível salarial médio e de ganhos tem decrescido”, continuou João Ramos de Almeida: “Desde outubro de 2013 até maio de 2017 houve 3,3 milhões de novos contratos e 2,2 milhões contratos cessados”

Quer a estabilidade, quer o valor do emprego têm vindo a cair desde as reformas laborais do Governo PSD/CDS liderado por Passos Coelho (2011/15): “A remuneração média dos contratos permanentes tem vindo também a baixar e a aproximar-se dos novos tipos de contratos, que contemplam uma miríade de formas de trabalho – de baixa duração, em permanente rotação”.

O estudo estatístico do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, intitulado ‘Novo emprego. Que emprego?’, foi hoje apresentado num colóquio organizado pela Comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social.

 

 

 

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