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Ébola: Ligação a proteína pode ser o calcanhar de Aquiles do vírus

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Os cientistas já lhe chamam o calcanhar de Aquiles. O vírus do Ébola ‘exige’ uma ligação a uma proteína, o que abre uma hipótese de desenvolver uma proteção que seja 100 por cento eficaz. Basta que o futuro medicamento bloqueio o acesso do vírus à proteína Niemann-Pick C1.

Os cientistas já lhe chamam o calcanhar de Aquiles, o mítico guerreiro grego que a mãe banhou no rio Estige para o tornar invulnerável. O único ponto vulnerável era o calcanhar, por onde a mãe o segurou e onde foi mortalmente atingido por uma seta envenenada.

Regressemos à realidade: o vírus do Ébola, responsável por mais de 11 mil mortes em apenas ano e meio, pode ter um calcanhar de Aquiles, um ponto vulnerável a um futuro medicamento. Ou uma ‘fechadura’, como diz a imprensa brasileira.

Uma investigação do Albert Einstein College of Medicine (de Nova Iorque, EUA), realizada com a variante da doença em ratos, demonstrou que o vírus só infeta o organismo quando estabelece uma ligação à proteína Niemann-Pick C1, também conhecida por NPC1.

No âmbito desse trabalho, os investigadores modificaram geneticamente os ratos, eliminando dois genes dessa proteína. Foi o suficiente para impedir o Ébola de infetar os organismos, como comprovaram os resultados desse ensaio.

A um outro grupo de ratos foi removido um dos dois genes da NPC1. Os animais foram infetados pelo vírus, mas apresentaram uma resistência muito maior.

Mas o próprio estudo tem um calcanhar de Aquiles: desativar a proteína acarreta graves problemas de saúde, pois a NPC1 é fundamental para ‘carregar’ o colesterol. Os pacientes que não têm esta proteína sofrem uma acumulação de colesterol que acaba por desencadear uma doença neurodegenerativa fatal.

As expetativas dos investigadores do Albert Einstein College of Medicine residem agora no desenvolvimento de um fármaco que iniba a ligação do vírus à proteína, o que poderia resultar no primeiro medicamento contra o temível Ébola.

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