Cultura

Doodle de Oskar Fischinger: Google põe internautas a criar música (com vídeo)

Oskar Fischinger, o génio da animação música abstrata, celebraria hoje o 117.º aniversário. O Google recorda o artista alemão, com obra no cinema e na pintura, que se destacou por criar vídeos de animação com sons quando ainda nem se sonhava com o design gráfico ou com os videoclipes musicais.

Com um fascínio especial pela forma espiral, Oskar Fischinger era também ‘obcecado’ com os instrumentos, tocando violino e tendo mesmo construído órgãos.

Nascido a 22 de junho de 1900 em Frankfurt, Oskar Fischinger foi chamado ao serviço militar do Império Alemão na I Guerra Mundial, mas acabou dispensado por ser “pouco saudável” para o combate. Aproveitou para se licenciar em engenharia, depois de ter frequentado uma escola comercial.

Quando tinha cerca de 30 anos, mudou-se para Berlim, onde começou a ganhar fama pela criação de filmes abstratos com sons. Uma arte musical que se tornou mundial muito antes da globalização.

Conhecido pelos efeitos especiais de A Mulher na Lua, uma dos filmes icónicos de Fritz Lang, Oskar Fischinger foi convidado para trabalhar, no ano de 1940, na obra que iria revelar a Disney como um monstro da animação: Fantasia.

A técnica de ‘motion paiting’, criada e desenvolvida por este artista alemão, era já uma realidade à escala mundial. O que impressiona mais é que Oskar Fischinger criava vídeos lendários quando ainda nem existiam computadores…

O artista alemão filmava as pinturas em acrílico e depois cortava os ‘frames’ que lhe interessavam, num pormenorizado e longo trabalho de edição.

Em 1940, quando a Disney lançava Fantasia, Oskar Fischinger patenteava o Lumigraph, hoje evocado no doodle do Google. O aparelho permite ‘pintar os sons’, numa animação que transforma as notas musicais escolhidas pelo utilizador numa composição visual dinâmica. Experimente aqui.

O enorme valor artístico deste instrumento não teve qualquer impacto a nível comercial. O Lumigraph foi um fracasso de vendas, sobretudo pelo trabalho que dava: era precisa uma pessoa para criar as imagens e outra para mudar as luzes das cores a surgir (ao mesmo tempo) no painel.

Oskar Fischinger em Los Angeles, nos EUA, em 1967. Como legado, deixou quase 50 curtas e longas metragens e mais de 800 telas, com muitas destas pinturas a serem exibidas em museus de referência.

Em destaque

Subir