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Doodle evoca 106.º aniversário de Clare Hollingworth

O doodle do Google evoca hoje o 106.º aniversário de Clare Hollingworth, a primeira jornalista a anunciar o início da II Guerra Mundial. “O furo do século”, como o mundo reconheceu mais tarde. Foi esta repórter inglesa quem primeiro denunciou a acumulação de tropas da Alemanha nazi junto à fronteira com a Polónia e, três dias depois, a invasão.

Clare Hollingworth nasceu a 10 de outubro de 1911 em Knighton, um subúrbio de Leicester, em Inglaterra. Filha de Daisy e Albert Hollingworth, teve de se mudar para Shepshed durante a I Guerra Mundial, uma vez que o pai tinha assumido o controlo da fábrica de calçado da família.

Desde muito cedo que demonstrou aptidão para a escrita. A mãe não gostava, mas o pai levava-a aos palcos de guerra históricos, na Bretanha e em França.

Clare Hollingworth ainda estudou ciências, mas fugiu à regra de casar e tornar-se dona de casa quando assumiu um trabalho como representante local em Worcestershire da Liga das Nações, a antecessora da ONU.

Ao abrigo dessas funções, obteve uma bolsa de estudo para estudar a Europa de leste em Londres e, depois, a língua croata na Universidade de Zagreb. Foi então que começou a colaborar com o New Statesman.

Após o Acordo de Munique, em 1938, Clare Hollingworth foi trabalhar para Varsóvia, na integração dos refugiados checos. Entre março e julho, ajudou milhares a fugirem às garras de Hitler, através da concessão de vistos britânicos.

Esse trabalho humanitário e os relatos sobre o mesmo no New Statesman despertaram a atenção do The Telegraph, que em agosto a enviou para a Polónia.

A 28 de agosto de 1939, Clare Hollingworth noticiou a movimentação das tropas alemãs junto à fronteira com a Polónia. A 1 de setembro, deu “o furo do século”: a Alemanha nazi invadira a Polónia, dando início àquela que viria a ser a II Guerra Mundial.

Deu a conhecer os horrores da guerra, testemunhou a abdicação forçada de Carol II (o Rei romeno que morreu no exílio em Portugal, no Estoril), fez reportagem das batalhas no Egito, na Turquia e na Grécia. Relatou ainda a partir de Argélia, Palestina, Iraque e Pérsia.

Finda a II Guerra Mundial, noticiou as várias crises no Médio Oriente e foi, em 1973, a primeira correspondente estrangeira na recém-formada República Popular da China.

Clare Hollingworth reformou-se em 1981, passando a viver em Hong Kong. Mas oito anos depois reportou os incidentes de Tiananmen.

Morreu a 10 de janeiro deste ano, com 105 anos de idade.

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