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Quem acha que os opostos se atraem está enganado

É uma frase recorrente e quase irrefutável. Quase. A ciência garante, num estudo, que os opostos não se atraem. A pesquisa foi publicada no Daily Mail e dá razão à minoria que acha o contrário. Mas a maior curiosidade é que há centenas de estudos que o comprovam, o que nos permite perceber a robustez de um mito.

Os clássicos da Disney sugerem-no. Desde ‘A Bela e o Monstro’, a ‘Cinderela’, ou até em ‘A Pequena Sereia’. As histórias destes filmes assentam no pressuposto de que ter qualidades opostas é um motivo de atração.

Porém, não é apenas a indústria da ficção que aceita esta teoria como irrefutável. A ideia de que os opostos se atraem é intrínseca ao ser humano, ao ponto de 80 por cento das pessoas acreditar nesta tese.

Um estudo vem, no entanto, dar razão à minoria e provar que raramente há atração nos opostos.

Divulgada pelo Daily Mail, a pesquisa vem reiterar o que psicólogos e sociólogos têm defendido, ao longo de décadas: a ideia de que os opostos se atraem é um mito.

O psicólogo Donn Byrne foi pioneiro a analisar o impacto das semelhanças nos começos dos relacionamentos. Para o efeito, criou um método a que chamou “técnica do desconhecido fantasma”.

Este procedimento consiste em inquéritos manipulados, onde os participantes nos questionários são confrontados com um desconhecido fantasma. E a conclusão aponta no sentido de combater aquele mito: as pessoas sentem-se mais atraídas por outras que têm comportamentos semelhantes.

Mais: as pessoas que apresentam ideias discordantes (os opostos) têm tendência a estimular diferentes sentimentos negativos, desde a ansiedade ao ódio.

Mas esta não é a única pesquisa que aponta neste sentido. Outro estudo, que avaliou mais de 45 mil pessoas em espaços como redes sociais, concluiu que os perfis idênticos apresentam maior aceitação mútua.

Os comentários que se assemelham ao nosso ponto de vista suscitam em nós um maior sentimento de atração, relativamente aos autores desses comentários.

Surpreendente é a robustez de uma tese que não passa de um mito. Não, os opostos não se atraem. E há outras 313 pesquisas anteriores que já o demonstraram. Todas elas incapazes de quebrar o mito.

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