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Devem os hospitais ter o financiamento dependente dos doentes melhorarem?

O estudo de uma consultora abriu o debate ao recomendar que o financiamento da saúde esteja relacionado com os resultados apresentados pelos doentes. Os hospitais podem ser recompensados ou castigados.

De acordo com a proposta do The Boston Consulting Group, o financiamento deve conter incentivos para as unidades de saúde onde os doentes demonstrem uma clara evolução.

Segundo os peritos, este modelo recompensa a aposta dos prestadores de cuidados de saúde na qualidade dos tratamentos, o que origina uma redução das complicações e, por inerência, dos custos com os doentes.

Este programa de incentivos já está implementado na Suécia, onde o pagamento por doente abrange todo o processo de tratamento ao longo de dois anos e responsabiliza os hospitais pelos resultados.

As melhorias deste programa foram visíveis nas cirurgias da prótese da anca e joelho, que em Portugal são marcadas pelos atrasos.

Neste modelo, o hospital recebe um valor fixo pela cirurgia, podendo receber incentivos de acordo com o sucesso do tratamento, mas fica obrigado a resolver eventuais complicações sem receber mais financiamento para isso.

No sistema implementado no Serviço Nacional de Saúde, um hospital volta a receber financiamento se um doente que foi operado tiver de ser submetido a nova cirurgia para debelar eventuais complicações.

cirurgiaEsta proposta é apresentada como vantajosa para ambas as partes, pois nem o doente quer sofrer complicações, nem o prestador quer realizar um tratamento sem financiamento nessa eventualidade.

Só que o debate precisa de ser feito, pois também há quem veja o lado negativo deste estudo: os hospitais e outras unidades de saúde podem ter tendência a recusar os tratamentos mais caros ou mais propensos a complicações, como a oncologia.

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