Economia

“Défice é provocação ao PCP e ao BE”, explica Júdice

A insistência de Mário Centeno num défice de 0,7 por cento é “uma verdadeira provocação” aos partidos que apoiam o Governo, no entender de José Miguel Júdice.

O comentador da TVI explicou que não há grande diferença entre a previsão feita há um ano pelas Finanças e o valor efetivamente alcançado, pelo que a ‘teimosia’ numa diferença tão curta só pode ser encarada como “provocação”.

“A União Europeia aceitava um défice de 1,1 por cento e o Governo vai apresentar um de 0,7 por cento. É uma verdadeira provocação ao PCP e ao BE”, sustentou.

“Para que não houvesse dúvidas, o Mário Centeno tem-se desdobrado em entrevistas e declarações, clarificando de forma absoluta que é 0,7”, insistiu Júdice.

Alguns comentadores apontam um “problema” que pode fraturar a Geringonça, mas o antigo quadro do PSD contrapôs que “talvez não seja tanto assim”.

“Eu li o Plano de Estabilidade, ele diz que este 0,7 é o resultado de uma melhoria conjugada do crescimento económico. Se tudo correr como o previsto, vai dar 0,7, se correr mal [Mário Centeno] pode dizer que fez a parte dele”, frisou.

Mais do que um problema atual, será um remédio para problemas futuros, continuou o comentador.

“Esta opção pelo 0,7 não é a última Coca-cola do deserto, porque é possível que em 2019, ano de eleições, as coisas piorem um bocadinho”.

“Na página seis do Plano de Estabilidade, os gráficos mostram que o que vem aí para a frente é preocupante. O Vieira da Silva claramente disse isso, os sinais não são otimistas”, alertou José Miguel Júdice.

Ao insistir em baixar o défice para 0,7, Centeno acautela alguma margem de manobra para o futuro.

“O Governo está a prever sonhos de receitas eventuais para pagar despesas reais, constantes e permanentes, que vão continuar a crescer”, afirmou o comentador.

Júdice usou uma expressão semelhante para comentar a promessa do ministro em baixar os impostos em 2021: “Em 2021 está o novo Governo há dois anos, não custa nada fazer promessas de sonhos para o futuro”.

“Não nos devemos equivocar”, avisou: “O que está aparentemente ótimo não está tão ótimo assim”.

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