O défice não vai ficar nos 2,7 por cento, como afirmou o Governo. Quem o garante é o FMI, que apontou uma estimativa superior aos famosos três por cento. Neste ano e no próximo, de acordo com as previsões, Portugal até pode ter menos desemprego, mas a economia não vai descolar.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) não acredita na promessa do Governo de Passos Coelho, sublinhada durante a última campanha eleitoral, de que o défice de Portugal em 2015 fique abaixo dos três por cento.
De acordo com o ‘World Economic Outlook’, que hoje deu a conhecer, a instituição liderada por Christine Lagarde descarta a meta de 2,7 por cento traçada pelo executivo português e garante que o défice será superior a três por cento, o valor máximo definido pelas regras europeias e que deixa Portugal, novamente, a contas com o Procedimento dos Défices Excessivos (PDE).
O relatório, que destaca as previsões económicas, de défice orçamental e da dívida pública em vários países até 2020, o FMI traça como cenário mais otimista um défice que corresponda a 3,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
É, apenas, uma décima inferior à previsão que o mesmo FMI fizera em Abril.
Só em 2016, ainda de acordo com as mesmas previsões, é que Portugal ficará livre do PDE, com um défice orçamental de 2,7 por cento.
Nos anos posteriores, o indicador deverá cair para os 2,5 e 2,4 por cento, estabilizando nos 2,3 por cento em 2019 e 2020.
Estas projeções são semelhantes às da Comissão Europeia, que em maio também apontou para os 3,1 por cento.
Porém, o Governo assegura que vai terminar o ano de 2015 com um défice orçamental de 2,7 por cento, conforme definido no Programa de Estabilidade e no Orçamento de Estado.
Em 2019, ainda segundo as contas do executivo de Passos Coelho, Portugal terá um excedente orçamental de 0,2 por cento.