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Daniel Sampaio explica porque os pais não devem espiar o telemóvel dos filhos

O psiquiatra Daniel Sampaio abordou um dos piores erros dos pais: o momento em que começam a espiar o telemóvel dos filhos. A explicação tem por base casos reais, como os relatados na obra Inventem-se novos Pais.

Em entrevista à Visão, o especialista apontou o telemóvel dos filhos como um símbolo da relação intergeracional, que tanto pode estimular a proximidade como… provocar conflitos.

“O telemóvel é hoje uma extensão do nosso corpo, particularmente do nosso cérebro. É uma coisa absolutamente privada”, enquadrou.

“Perde-se a relação de confiança quando os pais começam a espreitar o telemóvel dos filhos”.

Segundo Daniel Sampaio, os filhos ficam “prisioneiros” dessa invasão da privacidade e vão alimentando “uma angústia acerca do que devem e não devem fazer”.

“Ter um telemóvel por volta dos 10 anos implica que a criança saiba, aos 8, como vai usá-lo devidamente quando o receber, à entrada do quinto ano de escolaridade. Ou seja, precisa de saber que, quando entra na internet, não pode divulgar o nome completo e outros dados pessoais”, argumentou.

O especialista aconselhou os pais a “orientarem” os filhos para o uso correto do telemóvel, “verbalizando os medos” associados às consequências negativas, como o bullying online.

Isto porque a internet também tem vantagens, pois “é uma oportunidade para novas comunicações na família, que são agora em rede”, acrescentou.

“Para que a internet seja um ponto de encontro, e não de conflito, devemos habituar as crianças desde cedo a lidar com as tecnologias. Na adolescência já é tarde, porque, como sabem mais do que os pais e avós, os filhos têm formas mais diversas e sofisticadas de escapar ao controlo deles”, concluiu Daniel Sampaio.

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