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Costuma jantar tarde? Saiba porque comete um erro

Sabia que o horário do jantar pode ser mais importante do que a própria seleção daquilo que comemos? Um estudo apresentado no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Roma (Itália), alerta para a tensão arterial provocada pelo sono pouco tempo após o jantar.

Uma alimentação equilibrada é fundamental, mas igualmente fundamental é a hora a que comemos, adianta um estudo apresentado nesta quarta-feira, durante o congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, que decorre na cidade italiana de Roma.

Ebru Özpelit, investigadora da Universidade Dokuz Eylül, na Turquia, salienta que ir jantar e ir para a cama sem um período de duas horas pelo meio tem um grande impacto sobre a tensão arterial.

“Nós devemos definir a frequência ideal e os horários das refeições, porque a forma como comemos pode ser tão importante como o que nós comemos”, explicou Ebru Özpelit, em declarações ao jornal britânico Telegraph.

Ainda de acordo com a especialista, “tomar o pequeno-almoço é extremamente importante” e é pouco recomendável ‘saltar’ para o almoço sem aquela primeira alimentação do dia.

Por seu turno, o jantar deve ser mais contido e servido cedo: “O jantar deve ser pequeno e nunca deve ser servido depois das 19h00”.

Para a realização desta pesquisa, os especialistas reuniram 721 pessoas com hipertensão, com idade média de 53 anos. A principal conclusão está relacionada com a manutenção de uma tensão elevada quando o jantar foi servido duas horas antes de dormir.

De acordo com os especialistas, a razão deste efeito no corpo humano pode estar relacionada com uma reação que ocorre quando comemos: libertação de hormónios, que provoca stress no organismo.

Se a refeição é servida tarde, este processo ocorre quando o corpo deveria estar a relaxar. Há prejuízos no sono e as pessoas com hipertensão têm o problema agravado: a pressão sanguínea não diminui durante a noite, o que eleva os riscos morte relacionada com problemas cardíacos.

“Quando jantamos muito tarde, o corpo mantém-se alerta, como corre durante o dia, em vez de relaxar para o sono”, salienta especialista da Universidade Dokuz Eylül.

Os investigadores quantificaram os riscos. Os hipertensos que vão dormir sem um intervalo de duas horas enfrentam um risco 2,8 vezes superior de manter a tensão alta durante o sono.

Uma vez que se trata de hipertensos, já têm maiores probabilidades de sofrer de problemas cardíacos. Porém, se a pressão sanguínea não for reduzida durante o sono, mais perigoso se torna.

“Se a pressão sanguínea não descer mais de 10 por cento durante o sono, os riscos de problemas cardiovasculares aumentam e os pacientes têm mais probabilidade de sofrer um acidente vascular cerebral, um ataque cardíaco ou qualquer doença cardíaca crónica”, finalizou Ebru Özpelit.

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