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Conheça o único habitante de uma aldeia desde há uma década

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Liu Shengjia não pode ir pedir um pouco de açúcar ao vizinho: desde há dez anos que não tem companhia. É o único habitante de Xuenshanshe, uma aldeia na província de Gansu, no noroeste da China.

Este homem tornou-se no rosto de um flagelo social que afecta a segunda maior economia mundial e que Portugal já conhece há várias décadas: o progressivo abandono do interior, em busca de uma vida melhor nas proximidades dos grandes certos urbanos.

Em Xuenshanshe, a falta de recursos naturais levou a que as cerca de 20 famílias da aldeia migrassem para outros locais da enorme China. Só não iam embora os velhos, que acabavam por morrer.

Em 2006, a família Shengjia era a única na aldeia. Liu vivia com a mãe, acamada, e um irmão mais novo. Só que, nesse mesmo ano, ambos os familiares morreram e Liu Shengjia passou a ser o único habitante de Xuenshanshe.

“Ao princípio, custava-me a adormecer enquanto ouviu uivar os cães selvagens. Só mais tarde, quando comecei a criar algumas ovelhas e elas se tornaram minha companhia, é que comecei a habituar-me a estar sozinho”, adiantou o habitante único, numa entrevista ao People’s Daily.

Liu Shengjia, que vive de um salário de 95 euros mensais como guarda florestal, admite que “um dia vou mudar-me para uma área mais populosa”, mas ao longo de dez anos só tem deixado Xuenshanshe para comprar mantimentos e água.

A grande vantagem de morar sozinho na aldeia, revelou, é poder usar tudo o que os antigos vizinhos deixaram para trás.

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