Economia

Commerzbank: “Será um erro fingir que Portugal encontrou uma solução duradoura para os problemas”

Um analista do Commerzbank repetiu o aviso ontem feito pela Bloomberg: a dívida ainda é um problema muito sério para Portugal. “Seria um erro fingir que o país encontrou uma solução duradoura para os seus problemas”, sustenta o banco alemão.

Numa nota enviada aos investidores, assinada pelo economista Ralph Solveen, o Commerzbank salienta que a S&P só retirou a dívida portuguesa da classificação de lixo porque o Banco Central Europeu (BCE) é dono de um dono de um terço dela.

“Mesmo que pareça que os próximos tempos serão de navegação serena, seria um erro fingir que o país encontrou uma solução duradoura para os seus problemas”, refere o conselho do banco alemão aos investidores.

O Commerzbank recorda que “o Estado e o setor privado continuam muito endividados” e que essa dívida só tem sido suportada “graças às taxas de juro baixas aplicadas pelo BCE”.

O cenário vai voltar a agravar-se assim que as taxas de juro começarem a subir: “Não deverão surgir a breve trecho, mas, quando elas subirem, Portugal deverá estar entre os países da zona euro que mais vão sofrer”.

Na análise, o economista Ralph Solveen critica ainda o Governo de António Costa pela subida do salário mínimo nacional em 2015, que recolocou o país na “tendência pouco saudável que apenas foi interrompida momentaneamente nos anos da crise”.

“Os aumentos excessivos do salário mínimo tornam mais difícil que os trabalhadores pouco qualificados — que, em Portugal, existem em proporção muito acima da média — consigam encontrar trabalho”, referia ainda o aviso do banco alemão.

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