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“CDS não pode estar centrado na imagem de Cristas”, avisa Lobo d´Ávila

O principal opositor interno de Assunção Cristas está pronto para o Congresso. “O CDS precisa de um projeto que não esteja centrado na imagem de Cristas”, defendeu Filipe Lobo d´Ávila.

O deputado centrista assumiu que vai ao Congresso do CDS, no próximo fim de semana, contestar a moção apresentada pela presidente do partido, que mais não é do que “um relatório de atividades e contas”, como declarou em entrevista ao Público.

“A moção de Assunção Cristas é muito pragmática, não fala de valores, não fala da identidade do CDS, é uma moção que, em 17 páginas, acaba por ser um relatório de atividades e contas, e não uma moção de estratégia global”, sustentou o único adversário da presidente nas últimas eleições internas.

“Ao longo de 43 anos, o CDS foi muito sólido no plano pragmático sem nunca ter sido dogmático. Nem sei porque é que se coloca a palavra pragmatismo, neste momento, como linha de ação”, criticou.

“O pragmatismo por si só não é rigorosamente nada e pode levar-nos a um partido catavento, que vai para onde o vento nos diz para ir”, alertou Lobo d´Ávila.

Mesmo admitindo que “as coisas correram bem” em várias matérias, o deputado lamentou que o CDS não tenha um projeto político alternativo ao Governo de António Costa.

“O CDS precisa de construir um projeto político sólido que não esteja única e exclusivamente centrado na imagem da presidente. Há muito caminho e trabalho a fazer no sentido da construção de uma proposta política para o País”, insistiu.

Apesar de ser um dos principais militantes, o próprio Filipe Lobo d´Ávila “muitas vezes” tem dúvidas sobre a posição do CDS “em relação a um conjunto de aspetos-chave”.

Como exemplos, citou as questões do direito à vida, a adoção e o casamento.

“Questões que têm a ver com valores de sempre do CDS”, lembrou o deputado, juntando ainda o acordo ortográfico, “que não é cumprido por quase nenhum dos países de língua portuguesa e que Portugal continua a cumprir estoicamente”.

“Julgo que o pragmatismo é uma desculpa esfarrapada, uma discussão que não faz qualquer sentido”, concluiu o principal opositor interno de Assunção Cristas.

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