Ciência

Cancro: Um ‘nanocamião’ para levar quimioterapia ao cérebro?

nanocamiao

Uma equipa de cientistas conseguiu um resultado tão surpreendente que até pensou que havia… um erro. Os compostos da quimioterapia foram transportados por um ‘nanocamião’ até ao interior do cérebro, aumentando a eficácia do combate a um cancro muito agressivo.

Os resultados da experiência, para já conduzida em ratos, surpreenderam a equipa da radiologista Ann-Marie Broome. A investigadora e os colegas da Medical University of South Carolina (EUA) pensaram, inicialmente, que teria ocorrido algum erro durante o ensaio.

Isto porque a inovadora técnica demonstrou uma enorme (e inesperada) eficácia na luta contra o glioblastoma multiforme, considerado o mais agressivo dos cancros cerebrais e que continua incurável.

O aumento do número de células cancerígenas eliminadas foi atingido através do transporte, num ‘nanocamião’ orgânico, dos compostos da quimioterapia até à localização exata do tumor no cérebro.

A maior vantagem desta descoberta nem é a aplicação local do tratamento, mas sim o facto de evitar a barreira de vasos sanguíneos no cérebro, a mesma que torna quase impossível operar cirurgicamente um glioblastoma multiforme.

“Fomos surpreendidos pela eficiência e elevada eficácia do ‘nanocamião’ quando o levámos até às células cancerosas. Quando esta técnica for aperfeiçoada vamos poder aplicar uma quimioterapia mais potente apenas na zona em que é necessária”, admitiu a investigadora que lidera a equipa.

“Isto vai aumentar dramaticamente as taxas de cura ao mesmo tempo que elimina uma grande porção dos efeitos secundários da quimioterapia”, complementou Ann-Marie Broome: “Imaginem um mundo onde o diagnóstico de cancro deixou de ser um risco de morte e onde o tratamento não implica que se fique esgotado, com náuseas ou se perca o cabelo”.

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