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A calçada portuguesa está espalhada pelo mundo e inspira uma palestra

Nas suas viagens pelo mundo, o fotógrafo Ernesto Matos foi-se deparando com um elo comum em todos os lugares por onde os portugueses andaram ao longo dos séculos, que traduziu em imagens e sobre o qual reflete na conferência ‘A Calçada Portuguesa no Mundo’, dia 24 de Março, às 18h30, no Museu do Oriente, com entrada livre.

Partindo de imagens soltas, foi construindo um inventário exaustivo sobre este gosto de atapetar o chão com pequenas pedras de duplas cores, talhadas à mão, colocadas conforme um molde passado a escantilhão, cujo resultado final são desenhos elaborados ou de linhas simples e geométricas, de autores anónimos ou grandes mestres.

É parte deste trabalho de muitos anos que agora aborda, na perspetiva de divulgar o património existente na Europa, África, América, Ásia e várias ilhas de todo o mundo.

Em todos os países visitados, o autor encontrou uma diversidade de motivos, onde os valores étnicos e as culturas autóctones parecem ter sido assimiladas e reinterpretadas, quer pelos calceteiros de então, como pelos de hoje que, em muitos casos, aprendem a recuperar os padrões há muito esboroados.

A palestra assenta sobre um conjunto de fotografias que revelam lugares onde a técnica foi aplicada, como Macau, um dos pontos onde a representatividade mais evidencia a presença portuguesa, dotando de requinte e de significados humanistas o espaço urbano, quer no exterior como em interiores.

A palestra conta com a presença de dois experientes calceteiros, Mestre Zé da Clara e Manuel Barbosa.

Mestre Zé da Clara é um antigo calceteiro da região de Fanhões, local onde se formaram nos anos 40 uma geração dos melhores artífices do nosso país e que levaram esta arte um pouco por todo o mundo.

Manuel Barbosa é um calceteiro com larga experiência que, desde cedo, começou a trabalhar no estrangeiro. Participou na execução de calçadas na Alemanha, Espanha, França, Macau e mais recentemente no Qatar. Em Macau trabalhou na elaboração do emblemático Largo do Senado. Foi também, neste local, formador para trabalhadores macaenses.

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