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Brexit ou Bremain?

Autor: Luís Nunes dos Santos

Será que já nos esquecemos do que foi a Europa antes de existir a União Europeia?

Será que nos esquecemos dos cataclismos e conflitos permanentes que ao longo dos séculos culminaram com a maior matança em nome das várias bandeiras nacionais que hoje compõem os países da União?

Será que os demagogos nacionalistas não perguntam o porquê do maior avanço e progresso civilizacional da história coincidir com a época em que os países europeus formaram a União Europeia?

Parece que muitos dos cidadãos europeus já não se lembram, a maioria viveu em tempos de paz, onde as liberdades de cada um sempre estiveram asseguradas e foram também um dado adquirido como banal. Será que querem voltar ao antigamente, aos conflitos?

O Brexit é portanto uma resposta às questões anteriores, e se for mesmo para a frente, não tenho dúvidas que é entregar de bandeja este continente mantido em paz, nas mãos de oportunistas, demagogos, totalitários, nacionalistas e extremistas, uma vez que abre um precedente nas aspirações de uma Europa unida nos valores da democracia, proteção social e na economia de mercado.

Este referendo não se trata apenas de votar se o Reino Unido sai ou não da União Europeia, é o voto na democracia ou na Europa dos antigos conflitos.

A União está em causa, e com isso também o modo de vida que levamos em democracia. E de uma coisa vos garanto, a democracia é o bem mais precioso de cada Estado-membro, mas sobretudo de cada cidadão.

Engane-se quem acredita que tudo isto pode ser sacrificado em nome do protecionismo de fronteiras, da “ameaça” dos refugiados, ou até das desigualdades entre as economias do Norte e do Sul, tudo isto pode ser sacrificado, simplesmente porque algumas pessoas se servem do medo geral dos cidadãos com retóricas falsas com a ânsia de alcançar o poder.

É verdade que a União Europeia tem alguns problemas, mas não deixa de ser a melhor organização democrática que o nosso continente já conheceu, e a única solução para se combater os problemas no seio da União, tanto internos como externos, é sermos cada vez mais unidos enquanto cidadãos europeus.

Eu acredito na União Europeia, acredito na solidariedade entre os Estados-membros, acredito igualmente que o bom senso vai prevalecer e que o Reino Unido vai continuar como membro integrante da União Europeia, e que este referendo seja o princípio do fim não da Europa, mas sim dos demagogos e oportunistas que acicatam os cidadãos contra o projecto de paz que é a União Europeia.

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