PT Animal

Bombeiros criticam “fundamentalistas” dos animais após fogo de Loures

O incêndio da Murteira, que atingiu o abrigo da Chão dos Bichos, continua na ordem do dia. Os Bombeiros de Loures saíram em defesa do comandante Ângelo Simões e responderam “aos comentários injustos efetuados por alguns fundamentalistas, ditos amigos dos animais”.

O incêndio da Murteira foi extinto, depois de vitimar nove cães e de atingir o abrigo da associação Chão dos Bichos, mas a polémica continua bem acesa nas redes sociais.

Em causa estão alguns comentários direcionados aos Bombeiros de Loures e que foram interpretados pela corporação como “injustos” e, sobretudo, tendo a intenção de “atingir a competência e honra do comandante Ângelo Simões”.

Num longo comunicado, publicado no Facebook, os ‘soldados da paz’ saíram em defesa do oficial e apontaram as mangueiras na direção dos “fundamentalistas” que se autointitulam “amigos dos animais”.

“Alguns comentários injustos, efetuados por alguns fundamentalistas, ditos amigos dos animais, procuraram atingir a competência e honra do comandante Ângelo Simões”, enquadram os bombeiros, deixando várias questões: “E resolveram julgá-lo depois de o ouvirem falar durante 45 segundos num canal televisivo. E julgam-se no direito de avaliar 41 anos de bombeiro? E pretendem responsabilizá-lo pela morte de alguns animais? E perguntam se as casas importam… e o resto não? E sentem-se no direito de ameaçar? Quem se julgam para o poderem fazer?”

“Repito, são fundamentalistas que, na maior parte das vezes, não são capazes de ajudar o seu vizinho, apesar de fazerem declarações de amor pelos animais”, frisou o presidente da Direção, Carlos Monserrate, que assinou o texto.

“Fomos dos primeiros a tentar ajudar a Associação Chão dos Bichos. Colocámos logo o seu apelo na nossa página. Hoje estivemos a abastecer de água os seus depósitos e alguns bombeiros estiveram, voluntariamente, a ajudá-los. Damos valor à sua causa”, lembraram os bombeiros.

Carlos Monserrate deixou ainda mais questões para os “fundamentalistas”: “Em relação ao incêndio, perguntamos se sabem que antes do fogo chegar ao canil um responsável dos bombeiros disse a uma senhora que lá estava que abrisse as portas do canil e soltasse os animais, para eles poderem fugir todos e tentarem salvar-se? E que ela não fez, a não ser quando já era tarde de mais?”

E ainda mais perguntas: “E porque não comentam o facto de o canil estar no interior de um eucaliptal? E não perguntam se tinha uma área limpa a toda a volta? E porque não perguntam também que planos tinham para o caso de ocorrer um incêndio? Sabem que foi um fogo de copas que atingiu o canil? E que era impossível os meios que lá estavam poder fazer-lhe frente? Sabem que estavam lá 170 cães? Como é que se podiam salvar, a não ser soltando-os todos? Porque é que o responsável pelo canil que lá estava não os soltou antes de o fogo lá chegar?”

“Sei que continuaremos a ser objeto de críticas injustas”, lamentou o responsável, concluindo que “não ficaria bem com a minha consciência se não escrevesse este texto”.

O comunicado pode ser lido na íntegra aqui.

A Chão dos Bichos continua a necessitar de ajuda.

Em destaque

Subir