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Bigode de Maduro depende de um milhão de casas

O bigode é o penhor: Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela, prometeu cortá-lo se não cumprir a promessa de entregar, até ao final do ano, uma casa às famílias cujo rendimento seja igual ou inferior ao salário mínimo. São um milhão de casas em causa.

Quando Egas Moniz viu que Afonso Henriques não cumpriu a promessa de prestar vassalagem, apresentou-se ao Rei de Castela com a corda (para ser enforcado) ao pescoço. Mas os tempos mudaram e agora Nicolás Maduro, o Presidente da Venezuela, arrisca ‘apenas’ o bigode.

Em causa está uma promessa eleitoral: o chefe de Estado venezuelano comprometeu-se a entregar, até ao final do ano, uma casa a cada família cujo rendimento seja igual ou inferior ao salário mínimo.

São um milhão de casas para atribuir, até 31 de dezembro, ou Maduro perde o caraterístico apêndice facial.

O penhor sobre a promessa eleitoral foi deixado pelo próprio Presidente no programa semanal na estação estatal. No ‘Contacto con Maduro’ de ontem, Maduro encarrou a esposa, Cilia Flores, de lhe cortar o bigode se a promessa não tiver sido cumprida a 1 de Janeiro.

“Tenho uma aposta: se não chegarmos ao 31 de dezembro com um milhão de casas, corto o bigode. Peço aos trabalhadores, construtores e construtoras, e aos engenheiros: ajudem-me a manter o meu bigode”, afirmou Maduro, garantindo que não estava a brincar: “Trabalhem porque é preciso que o nosso povo tenha a sua casa”.

Até há duas semanas, segundo declarações recentes do ministro da Habitação, Manuel Quevedo, havia mais de um milhão de vivendas em construção. Destas, 260 mil devem ficar prontas para entregar muito em breve.

Ao todo, o programa do Governo, iniciado ainda por Hugo Chávez em 2011 (após as cheias que arrasaram a capital, Caracas), contempla a entrega de três milhões de casas até 2019.

A Venezuela comparticipa a construção a 80 por cento e beneficia da ajuda de outros países: Rússia, Irão, Uruguai e China.

Mais de 700 casas tinham sido entregues até 14 de outubro.

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