Ciência

Bebé de quatro meses teve um tumor cerebral… com dentes

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Dois médicos norte-americanos nem queriam acreditar nas imagens das ressonâncias: no cérebro de um bebé com apenas quatro meses estava um tumor, mas… um tumor com dentes! O caso ocorreu há um ano e agora é noticiado que o menino está bem. Foi uma situação rara, mas não inédita.

A missão de Narlin Beaty, investigador do centro Narlin Beaty (Universidade de Maryland), e Edward Ahn, do Johns Hopkins Children’s Center, não se apresentava nada fácil: tinham de remover um tumor cerebral, mas o paciente tinha apenas quatro meses de idade.

Só que tudo se complicou com as análises ao cérebro: a conjugação das imagens recolhidas por várias ressonâncias mostrou que o tumor tinha dentes!

Para espanto dos médicos, a massa, com um tamanho de 4,1 por 4,0 e por 3,5 centímetros, apresentava num dos lados “a mesma estrutura do maxilar inferior”, incluindo alguma dentição.

Beaty e Ahn estavam perante um craniofaringioma do tipo adamantinomatoso, dois palavrões que designam “um tumor intracraniano não glial derivado de uma malformação do tecido embrionário, localizado próximo ao quiasma ótico, glândula pituitária e hipotálamo”, como explica o dicionário da FAPESP (Brasil).

Dada a localização, o tumor poderia provocar alterações hormonais e até mesmo “lesões hipotalâmicas ou de estruturas cerebrais vizinhas”, que se iriam agravar com o crescimento de um paciente que, à data, tinha apenas quatro meses de idade.

Só havia uma hipótese: remover o tumor. A cirurgia foi feita (há um ano) com sucesso, como reporta hoje o IFL Science.

De acordo com o mesmo site, as análises ao material removido do cérebro do bebé comprovaram a existência de vários dentes, alguns dos quais com a formação final.

Os craniofaringiomas do tipo adamantinomatoso são muito raros, mas longe de serem inéditos. Porém, continua por explicar se os tumores têm origem nas mesmas células onde ‘nascem’ os dentes, algo que nem este caso do bebé de quatro meses ajudou a resolver.

“Deve ser a origem do tumor, mas ninguém sabe. Podem vir ambos da mesma linhagem celular”, afirmou Edward Ahn, ao The Baltimore Sun, explicando que os tumores têm cálcio e queratina (como os dentes), “mas não a organização de uma dentição”.

“Não é todos os dias que vemos um tumor com dentes… Que eu saiba, nunca ocorreu num craniofaringioma do tipo adamantinomatoso. Os depósitos de cálcio são normais, mas daí a puxar um dente completo… É uma coisa completamente diferente”, acrescentou Narlin Beaty, ao Live Science.

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