Economia

Banco australiano ANZ anuncia fim de atividade de retalho em Timor-Leste em setembro

O banco australiano ANZ anunciou hoje que vai fechar, a partir de setembro, a sua atividade de retalho concentrando-se apenas no setor comercial, considerando que essa é a melhor de apoiar os principais clientes da instituição.

Em comunicado divulgado hoje o banco explica que todos os produtos e serviços de retalho vão fechar a 28 de setembro deste ano e que a instituição “vai reorientar os seus negócios em Timor-Leste para banca comercial”.

“A nossa prioridade estratégica em todo o Pacífico é construir um negócio sustentável, o que significa concentrar os nossos esforços e capital onde podemos ter o impacto mais forte”, explicou Tessa Price, responsável regional do ANZ para o Pacífico.

Price considera que o ANZ é “o maior banco comercial em Timor-Leste” orientando a sua ação para apoio a “clientes impulsionados pelos fluxos de comércio e capital na região” e que no retalho é “o menor de todos os bancos em Timor-Leste, com menos de 2 por cento de quota de mercado”.

“Estamos confiantes que Timor-Leste irá desfrutar de prosperidade económica a longo prazo e, concentrando-se na banca comercial, podemos ter um impacto ainda maior no bem-estar dos nossos clientes e da comunidade aqui”, sublinhou.

Andre Young, responsável do banco em Timor-Leste, disse que a decisão pretende criar um “banco mais simples, com um foco claro em serviços bancários comerciais” e capaz de “oferecer melhor serviço aos clientes comerciais, investindo os esforços e recursos no negócio”.

“Continuamos comprometidos com Timor-Leste, onde estamos presentes desde 2001, e continuaremos a fornecer produtos internacionais para atender os clientes comerciais da região, com foco no comércio e nos mercados globais”, frisou.

Young garantiu que todos os funcionários no setor de retalho terão outros cargos noutras áreas do banco.

Uma porta-voz do ANZ disse à Lusa que o fim do componente de retalho “não terá um impacto nos custos de fundos”.

A mesma fonte negou à Lusa que a decisão do banco tenha a ver com a situação económica e política que Timor-Leste viveu no último ano, com o impasse entre Governo e parlamento a levar a eleições antecipadas.

O país ainda está à espera da formação do novo Governo e da aprovação de orçamento para este ano, com Timor-Leste a viver com duodécimos desde janeiro.

No final de março deste ano, segundo informação publicada pelo ANZ, o banco tinha empréstimos a clientes no valor de 43 milhões de dólares – o segundo maior volume do sistema financeiro de Timor-Leste, atrás do timorense BNCTL.

O banco tinha depósitos de clientes no valor de 139,33 milhões de dólares, com depósitos de 139,33 milhões, o terceiro maior valor das seis instituições financeiras que operam no país.

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