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O que é o Baleia-Azul? Conheça o jogo virtual que incita jovens ao suicídio

Há um novo e perigoso, senão mesmo mortal, jogo virtual entre os adolescentes brasileiros. Chama-se Baleia-Azul, tem 50 níveis e incentiva à automutilação e ao suicídio. Este desafio já fez várias vítimas, todas adolescentes, em oito estados do país. Agora, as autoridades estão a investigar a organização do jogo, que teve origem numa rede social russa.

Ainda não é bem conhecida a verdadeira origem deste jogo que tem como etapa final o suicídio. De acordo com as autoridades, os primeiros registos do Baleia-Azul datam de 2015, quando surgiram na rede social russa ‘Vkontakte’, o Facebook da Rússia. O processo é simples: um administrador, conhecido por “curador”, seleciona os participantes durante a madrugada e vai lançando-lhes desafios, que se tornam cada vez mais perigosos a cada nível (é de relembrar que são 50 níveis no total).

Contudo, não é só na Rússia e no Brasil que se encontram casos que estão relacionados diretamente com este jogo. Há registo de casos na Ucrânia, na Roménia, na França e em Espanha.

O nome do jogo, Baleia-Azul, vai buscar inspiração ao mamífero que reside nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, que normalmente procura praias para morrer de livre vontade.

Recentemente, foi divulgada a história de Luís Kafru-ne e Kaena Maciel, um casal de namorados, de 19 e 18 anos respetivamente, que hospedou-se no Maksoud Plaza, um hotel de luxo na Avenida Paulista, em São Paulo.

É contado que Luís deu um tiro na cabeça de Kaena, suicidando-se. As autoridades brasileiras desconfiam de que este crime é mais um caso relacionado com o desafio mortal que está a assolar o país.

Há suspeitas de que o Baleia-Azul tenha chegado a Portugal

Outro caso é de um rapaz de 17 anos de uma cidade do interior de São Paulo que tentou atirar-se de um viaduto. Minutos antes tinha escrito no Facebook que “a culpa é da baleia”.

Este jogo já fez várias vítimas e casos de automutilação em diversos estados brasileiros como no Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraíba.

O site G1 teve acesso a uma parte do diálogo entre o curador e os participantes, revelando que este começa por perguntar aos jovens se estão dispostos a ir até ao fim. Caso a resposta seja sim, os desafios começam a surgir baseados naquilo que faz sentir os participantes mais tristes.

O comportamento de uma menina de 11 anos, residente no estado do Paraná, começou a preocupar a sua irmã mais velha, de 25 anos, que decidiu investigar o que se passava acedendo ao computador dela.

De acordo com as declarações da mulher ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’, ela nem conseguiu terminar de ler a conversa entre a irmã e o curador. “Incitam-nos a fazer o mal às pessoas que amamos, é agressivo, intenso e perigoso”.

A imprensa brasileira conta ainda que no neste mesmo estado, oito adolescentes entre os 13 e os 17 anos deram entrada em vários hospitais devido a tentativas de suicídio através de medicação ou por automutilação, chegando um deles a confessar às autoridades que jogava Baleia-Azul.

“Vamos procurar os responsáveis por incitação ao suicídio”, afirmou o secretário estadual de segurança.

São vários os casos por diversos estados brasileiros, que vão desde tentativas de automutilação até mesmo o término da vida.

Os casos continuam a aumentar ao longo das semanas, o que preocupa não só as autoridades, como aos pais.

Maria de Fátima é a mãe de Gabriel, de 19 anos, um dos jovens que se deixou levar por este jogo, afirmou que ele “não aguentou a pressão”.

“Dizia que eles têm os dados das famílias de quem tenta sair e fazem ameaças. Quem for mãe ou pai dê umas palmadas, mas olhe o telemóvel dos seus filhos, não quero que mais nenhuma mãe passe pelo que estou a passar”.

No estado do Pernambuco, as autoridades estão a apostar na prevenção, divulgando vídeos nas redes sociais e realizando visitas pedagógicas às escolas.

A psicóloga Tamara Camargo, juntamente com dois publicitários, lançou o site Baleia Rosa onde os adolescentes podem desabafar à vontade, pelo que a psicóloga afirma que “cerca de 20 por cento são utilizadores de Baleia-Azul e outros sites”.

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