Economia

Bagão Félix: “Em vez da restauração, era descer o IVA da eletricidade e do gás”

Bagão Félix lamenta o “disparate” que foi a redução do IVA na restauração. Não houve benefício para os consumidores e só contribuiu para um Estado “outra vez a inchar”. “O preço dos restaurantes não diminuiu, às vezes até aumentou”, comentou o ex-ministro das Finanças.

Num comentário para a Lusa, a propósito do Orçamento de Estado para 2018, o ex-governante centrou as críticas no IVA da restauração, que com a geringonça caiu de 23 para 13 por cento.

“Foi um disparate”, contestou Bagão Félix: “Os consumidores não ganharam nada com isso. O preço dos restaurantes não diminuiu, da restauração não diminuiu, às vezes até aumentou”.

“É verdade” que aumentou o emprego na restauração, mas não foi pela descida do IVA, reforçou o ex-ministro das Finanças: “Não aumentou por isso, aumentou porque há mais turismo, porque há mais rendimento disponível nas famílias. Não foi necessariamente pela diminuição do IVA”.

O próximo Orçamento de Estado devia optar por medidas mais abrangentes, com Bagão Félix a dar um exemplo que já podia estar em vigor: “Em vez de diminuir o IVA sobre a restauração, que é um bem de consumo que não completamente obrigatório, o que deveria ter diminuído era o IVA sobre a eletricidade e o gás, de 23 para 13 por cento”.

“O Estado está novamente a inchar, a ganhar volume”, alertou o ex-governante, que apela a um “armistício fiscal”: “O sistema fiscal português está cheio de incoerências, está cheio de buracos, é uma espécie de pedra pomes, pouca densidade e muitos buracos”.

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