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Autismo: Um Dia Mundial para sensibilizar a população

autismo_infantilO autismo é uma doença ainda desconhecida de grande parte da população. Isto quando, nas contas da ONU, uma em cada 150 pessoas sofre desta condição. A 2 de abril evoca-se o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, uma síndrome que em alguns países é mais comum do que o cancro ou a sida.

A estimativa das Nações Unidas aponta para que mais de 70 milhões de pessoas sejam portadoras de autismo, que em países como o Brasil é mais comum do que a diabetes ou a sida.

Em França, avança a AFP, há cerca de 430 mil pessoas portadoras de autismo, sendo que uma em cada quatro são ainda crianças.

Os especialistas recordam que continua por definir uma causa para este transtorno que aparece com frequência ainda antes dos 2 anos de idade, embora os sinais (bebés que parecem não reagir ou crianças com movimentos repetitivos) possam confundir pais e médicos, dada a semelhança com outros distúrbios.

“Hoje já se sabe que não existe uma causa única para os transtornos ligados ao autismo. Não podemos falar de um gene do autismo. Existem vários mecanismos etiológicos. O mais frequente é a causa genética, mas existem mais de mil genes implicados no autismo atualmente. Também existem causas ligadas ao meio ambiente, e também causas múltiplas, como um vírus por exemplo, mas que ainda são desconhecidas”, salientou Monica Zilbovicius, psiquiatra e diretora de pesquisa no Instituto de Pesquisa Médica (Inserm), de Paris.

O diagnóstico tem de ser feito por especialistas, acrescentou a psiquiatra: “É feita uma observação, sobretudo na área social, já que a criança desenvolve muito pouco a interação social. Para ser diagnosticado como autismo, esse problema deve estar presente nos primeiros 3 anos de vida”.

Apesar de atingir uma em cada 150 pessoas, o autismo ainda é uma doença desconhecida de grande parte da população. Em França, a mãe de uma criança autista criou uma associação para ajudar à integração das crianças autistas no meio escolar.

“Existe pouca formação e uma falta de conhecimento do autismo em geral”, defendeu Lydie Laurent, antiga professora de Física e Química: “O revoltante é que existem muitas soluções, mas é preciso compartilhá-las, difundi-las e colocá-las em prática”.

Aymeric, o filho de Lydie, foi diagnosticado aos 3 anos (tem agora 16), depois de várias consultas. “Aymeric não pegava nos objetos diretamente. Ele segurava nas mãos do adultos que estavam em volta e as colocavam sobre os objetos”, lembrou a mãe: “Aos 4 anos, ele ainda não falava, usava apenas duas expressões. Isso deixava-o muito zangado, porque ele não tinha como se comunicar”.

É para ajudar quem sofre de autismo e quem lida com pessoas autistas e para dar a conhecer a doença que se vai evocar, a 2 de abril, o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo.

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