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Autarca de Beja nega funeral a cigano e suscita polémica

O presidente da Junta da Cabeça Gorda, em Beja, impediu o funeral a um cigano, alegando que o cidadão não residia na freguesia. No entanto, o mesmo autarca tinha emitido um atestado de residência ao mesmo homem.

Álvaro Nobre, autarca da freguesia da Cabeça Gorda, está debaixo de uma polémica, por ter alegadamente negado um funeral a um cigano.

Segundo escreve o jornal Público, o presidente daquela autarquia justificou a decisão com o facto de não conhecer o cigano, mas tinha emitido, “doze dias antes”, um atestado de residência ao falecido.

De acordo com esse atestado de residência, a que o Público teve acesso, pode ler-se que “Anabela Fernanda Garcias e José António Gaspar Garcia estavam a viver maritalmente em união de facto e residem há mais de dois anos na Estrada do Cemitério, na freguesia da Cabeça Gorda”.

O documento tem a assinatura de Álvaro Nobre e data de 12 de julho de 2017.

O caso – que surge numa altura em que decorre uma discussão sobre as polémicas declarações de André Ventura – atingiu a esfera política.

Deputados do Bloco de Esquerda apresentaram um voto de condenação, na Assembleia da República, considerando que “a recusa da realização do velório e do enterramento do corpo nos equipamentos públicos de Cabeça Gorda (…) revela-se um ato de discriminação grave em violação da Constituição da República e da lei”.

O voto de condenação foi aprovado, mas o PCP opôs-se e considerou que o Bloco lavra numa “falsidade”.

Segundo o parlamentar comunista João Oliveira, “não há registo daquele cidadão”.

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